Mudanças
no conteúdo de água corporal podem exercer profundos
efeitos na função fisiológica e no desempenho.
Por exemplo, desidratação limita a transpiração
e a dissipação de calor, causando o aumento da temperatura
central, tolerância para exercícios reduzida e risco maior
de lesões relacionadas ao calor. Mecanismos sofisticados evoluíram
para manter a composição do volume do fluído corporal
apesar dos fluxos repentinos na ingestão ou perda de água.
Esses mecanismos de regulação envolvem reflexos no interior
dos vasos sanguíneos, do cérebro e intestinos que agem
para modificar as taxas de ingestão e de saída de líquidos.
Desidratação é um estado fisiológico normal,
que ocorre após um exercício prolongado no calor, o que
leva a perda de água e ao aumento de sódio no sangue.
Esse estado leva, por sua vez, à sede, à ingestão
de líquidos e à retenção de sódio/água
pelos rins.
Há uma série de hormônios que retêm fluídos
que exercem um controle profundo sobre esse sistema regulatório
de fluídos. Hormônios são substâncias no
corpo que atuam para promover a atividade de certos órgãos
específicos. Os hormônios que regulam os fluídos
agem primeiramente no cérebro e no rim para controlar a entrada
e saída de água e sódio. O hormônio mais
importante dessa categoria é o hormônio antidiurético,
que responde rapidamente às mudanças no estado de água
corporal, e é responsável por controlar a taxa de retenção
de água pelos rins.
Quando se trata de questões complicadas, a regulação
hormonal antidiurética pode ser modificada por uma série
de fatores, um dos quais pode ser o hormônio sexual feminino,
o estrogênio.
Os níveis de estrogênio se modificam amplamente durante
o ciclo menstrual normal, com o auge do principal estrogênio
ocorrendo na fase inicial, no 7° ao 13° dia, após o
início do sangramento menstrual (imediatamente antes da ovulação).
Além disso, o estrogênio é um dos hormônios
mais comumente administrados, sob a forma de contraceptivos orais para
mulheres jovens e terapia de reposição de estrogênio
para pós-menopausa. A retenção de água
no corpo é comum nos estados de alto estrogênio, nos casos
de pré-ovulação imediata, durante a gravidez,
e no período da ingestão de contraceptivos orais de estrogênio
dominante ou simplesmente de estrogênio. Uma parte desse excesso
de água é retida nos vasos sanguíneos (ou seja,
no plasma), levando a expansão do volume plasmático,
o qual possui efeitos poderosos no desempenho físico durante
o estresse térmico. Na verdade, as variações no
volume plasmático observadas após a administração
do estrogênio e durante as diferentes fases do ciclo menstrual
são comparáveis aos efeitos da postura, da temperatura
da pele e da intensidade do exercício.
Existem alguns estudos que examinaram diretamente os efeitos de esteróides
sexuais na regulação da água no corpo. No entanto,
as primeiras pesquisas sugerem que o maior teor de água no corpo
em estados elevados de estrogênio é possível devido à mudanças
na entrada e saída de água. Sensação de
sede e hormônio antidiurético são mais sensíveis à mudanças
no estado de água corporal em mulheres grávidas, nas
quais os níveis de estrogênio no sangue permanecem elevados.
Além disso, as flutuações nos hormônios
antidiuréticos se igualam aos do estrogênio durante o
ciclo menstrual, e são aumentados após a administração
do estrogênio em mulheres na pós-menopausa, sugerindo
que a retenção de líquidos também pode
ser aumentada. Assim a combinação da ingestão
maior de líquidos e da retenção causa o aumento
de teor de água corporal total durante o alto estado de estrogênio.
Por que a regulação da água corporal é importante
durante os exercícios?
Lembre-se que o conteúdo da água corporal regula a transpiração,
e esta nos proporciona o melhor método de perda de calor durante
o exercício. Assim, a água corporal adequada é essencial
para evitar doenças provocadas pelo calor (por exemplo, a exaustão
de calor ou a insolação).
O efeito do estrogênio nos sistemas que controlam a água
corporal durante os exercícios está sendo estudada só agora,
mas há uma razão para suspeitar que a maior retenção
de água induzida pelo estrogênio pode ter efeitos benéficos
durante o exercício. Por exemplo, muitas mulheres descobrem
que o volume sanguíneo é maior e a temperatura corporal
tem respostas mais baixas durante o exercício no calor, quando
os níveis de estrogênio no sangue estão elevados.
Em apóio à essa teoria, nós descobrimos que mulheres
têm maior respostas do hormônio diurético durante
administração de estrogênio com contraceptivos
orais, do que sem os contraceptivos. Finalmente, nós descobrimos
que a administração do estrogênio sob a forma de
contraceptivos orais aumenta a transpiração durante o
exercício e durante o aquecimento do corpo em repouso.
ACSM
COMENTÁRIO CORRENTE
Esses estudos que, examinam os efeitos do estrogênio no regulador
de fluídos e as respostas da temperatura aos exercícios
no calor, em mulheres jovens, estão em andamento.
Além disso, o estrogênio afeta a maior parte dos sistemas
do corpo (sistema de reprodução, cardiovascular, metabólico
e sistema nervoso central), de modo que seria desaconselhável
a utilização desse hormônio com o único
objetivo de alterar ou melhorar a regulação de líquido
no corpo. No entanto, mulheres que tomam esse hormônio por outras
razões, como controle de natalidade ou proteção
do conteúdo ósseo, podem se deparar com um aumento na
retenção de água, sendo esse um dos efeitos colaterais
mais comuns nesse tratamento.
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