Sabemos que as performances durante exercícios
podem ser afetadas pela dieta e, para manter um nível de treinamento
ideal, o corpo deve ser devidamente abastecido com os nutrientes apropriados.
As refeições pré-competição fazem
parte do plano geral de treinamento. No entanto, uma única refeição
não vai compensar uma dieta pobre em nutrientes. Por este motivo,
um atleta deve seguir uma rotina de regras nutritivas. É essencial
manter uma dieta que contenha calorias suficientes para suprir o gasto
de energia diário do atleta. Também é aconselhável
que a dieta seja composta por uma grande variedade de alimentos que
garantam o consumo adequado de vitaminas e minerais. A dieta ideal
para o treinamento deve ser rica em carboidratos sem comprometer as
quantidades necessárias de proteínas e gorduras. É comprovado
que refeições ricas em carboidratos melhoram a performance
durante exercícios, em comparação a refeições
com pouco carboidrato. O carboidrato no fígado e nos músculos
(glicogênio) pode ser metabolizado para fornecer energia para
os músculos em trabalho de forma mais rápida que a gordura,
permitindo ao atleta manter um nível maior na intensidade dos
exercícios. Portanto, a depleção de carboidratos
resultaria na necessidade de reduzir a intensidade dos exercícios
ou interrompê-los. Apesar de haver uma limitação
nos estoques de glicogênio do corpo, a alimentação
deve fornecer carboidratos suficientes para maximizar esses estoques,
principalmente para aqueles que participam de competições
de resistência.
Os objetivos da alimentação pré-competição
são:
(1) prevenir fraquezas e fadiga, seja devido ao baixo nível
de açúcar no sangue ou a estoques de glicogênio
muscular inadequados durante a competição,
(2) repelir
sensações de fome e ainda minimizar dores gastrointestinais,
e
(3) garantir hidratação adequada. Além disso,
preferências pessoais também devem ser consideradas.
Se
uma pessoa acredita que o consumo de determinado alimento vai melhorar
sua performance, então o efeito psicológico resultante
do consumo daquele alimento pode realmente implicar numa melhora da
performance.
A refeição deve consistir primeiramente de carboidratos
e fluídos, já que ambos podem ser facilmente digeridos.
Se a refeição é pequena (400-500 calorias), pode
ser consumida entre 2 e 3 horas antes da competição,
deixando tempo suficiente para a digestão e absorção
dos nutrientes. Se a refeição é rica em gordura,
proteínas ou fibras, faz-se necessário mais tempo para
a digestão. Conforme a quantidade de comida ingerida aumenta,
será maior também o tempo necessário para a digestão.
Uma grande refeição contendo consideráveis quantidades
de proteínas ou gorduras deve ser ingerida entre 5 e 6 horas
antes da competição. Carboidratos com alto teor de fibras
e que formem gases (produtos com farelo, legumes e certos vegetais,
como cebola, repolho e couve-flor) não são recomendados,
pois podem causar desconforto intestinal. Fontes líquidas de
carboidrato podem ser utilizadas antes da competição
quando não há tempo para refeições, ou
para pessoas com estômago sensível ou que sofram de ansiedade
pré-competição. Refeições líquidas
podem incluir bebidas isotônicas, sucos e vitaminas ou shakes
de baixa caloria. Bebidas carbonizadas devem ser evitadas já que
podem causar desconforto intestinal. Bebidas com cafeína podem
ser consideradas por alguns. A cafeína pode ser um recurso ergogênico,
poupando glicogênio muscular e, portanto, adiando a fadiga durante
competições de resistência. No entanto, para algumas
pessoas, a cafeína pode causar enjôo e ansiedade, além
de, em excesso, contribuir para a desidratação pelo seu
efeito diurético.
A refeição pré-competição é importante
principalmente antes de competições matinais, já que
até 12 horas podem ter se passado desde a última refeição
e os níveis de glicogênio do fígado podem estar
inadequados. A refeição pode reabastecer os estoques
de glicogênio e diminuir as chances de hipoglicemia (baixo nível
de açúcar no sangue), adiando assim a fadiga. Já que
as refeições matinais antes de uma competição
devem ser limitadas em quantidade, torna-se importante o consumo de
uma refeição substancial composta por carboidratos na
janta da noite anterior. Vale lembrar também que a ingestão
de líquidos deve ser abundante para garantir máxima hidratação.
Seguem algumas sugestões para refeições pré-competição:
Comentário CAME (Colégio Americano de Medicina Esportiva)
Eventos Matinais:
Na noite anterior, alimente-se com refeições a base de
carboidratos. Durante a manhã, faça uma refeição
leve, ou lanches: cereais com leite desnatado, frutas frescas ou sucos,
torradas, pães ou bolos leves, panquecas, iogurte desnatado
ou com baixo nível de gorduras ou uma bebida isotônica.
Eventos Vespertinos:
Faça refeições com altos teores de carboidrato
tanto na noite anterior como na manhã da competição.
No almoço, faça uma refeição leve: saladas
com molho de baixa gordura, sanduíche de peru com pequenas porções
de peru, frutas, sucos, bolachas salgadas com pouca gordura, barras
de cereais ricas em carboidratos, bolos de arroz.
Eventos Noturnos:
No café da manhã e no almoço, alimente-se com
refeições ricas em carboidratos, seguidas por refeições
ou lanches leves: massas com molho à marinara, arroz com legumes,
pizzas de queijos leves com legumes, sopas com torradas, batata assada,
iogurtes.
Nenhuma comida ou grupo de comida funciona para todos; pode ser preciso
experimentar para encontrar os tipos de alimentos e as quantidades
que proporcionem um bom desempenho. As escolhas podem variar de acordo
com o tipo, a intensidade e a duração dos exercícios.
No entanto, é importante experimentar novos tipos de comidas
durante o treinamento ao invés de fazê-lo perto das datas
de competições.
Escrito por Helen DeMarco, para o Colégio Americano de Esportes
e Medicina, M.S., R.D.
PARCERIA
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