Home |CDOF Responde | Cadastro de Usuários | Cadastro de Consultores|


 

Dom, 27/1/13 21:27

Esteróides Anabolizantes

Nome da instituição de ensino: Universidade Católica de Santos
Nome do acadêmico: Luiz Gustavo N. de Abreu
Endereço de e-mail: luiz_gustavo_nardi@hotmail.com
Telefone do acadêmico: (13) 9776-3898
Link de acesso: http://www.acsm.org/AM/Template.cfm?Section=current_comments1&Template=/CM/ContentDisplay.cfm&ContentID=8677
Data de Publicação:
12/12/2010

   O uso de drogas com o intuito de aumentar a força e a resistência tem sido observado por milhares de anos. Hoje em dia, as pessoas, incluindo adolescentes, continuam a utilizar uma grande variedade de drogas, como esteroides anabolizantes (também chamados esteroides anabólicos), na esperança de que tanto seus desempenhos esportivos como suas aparências sejam aprimorados. Esses anabolizantes não alteram o temperamento de seus usuários imediatamente após o seu uso. Na verdade, o apetite por essas drogas foi criado predominantemente por nossas fixações sociais em vencer e ter uma boa aparência física.

   Os esteroides anabolizantes são versões sintéticas do principal hormônio masculino, a testosterona. Ela, produzida primordialmente pelos testículos, é responsável pela chamada “masculinização” e pelo crescimento da massa muscular durante o período da adolescência. Esses esteroides são consumidos principalmente por via oral e por injeção na corrente sanguínea (casos de reutilização de agulhas acontecem, principalmente entre os adolescentes). Essas drogas são geralmente provenientes de mercados negros, paralelos, que geralmente possuem distribuidores de outros tipos de drogas ilícitas.

   Pessoas que usam anabolizantes, especialmente as que possuem experiência em musculação, perceberão um aumento de força e massa muscular significativamente maior do que obteriam se não os usassem. Com exceção desse benefício, o uso de esteroides acarreta uma série de consequências negativas. Em primeiro lugar, o uso de esteroides anabolizantes é ilegal, ou seja, transgride leis estaduais e federais. Em segundo lugar, seu uso é considerado trapaça! Para preservar a saúde dos atletas e manter o espírito de uma competição justa, todas as organizações responsáveis pela fiscalização de competições esportivas, incluindo a National Federation of State High School Associations (Federação Nacional de Associações de Escolas Secundárias Estaduais), são contra o uso de esteroides anabolizantes. No entanto, muitos adolescentes que usam anabolizantes não participam de competições escolares patrocinadas. E em terceiro lugar, esses adolescentes estão se expondo a sérios problemas emocionais e físicos durante um período no qual se encontram vulneráveis devido à mudança de seus ciclos hormonais. Problemas de saúde física associados ao uso de esteroides anabolizantes acarretam em doenças do coração e fígado, assim como derrames, enquanto os efeitos psicológicos têm como resultado principal a dependência de drogas e o aumento da agressividade.

   Em mulheres, os esteroides anabolizantes causam uma série de efeitos colaterais, alguns dos quais aparentam ser permanentes mesmo depois que o uso da droga é suspenso. Eles incluem: anormalidades durante o período menstrual, voz mais grave, diminuição do tamanho dos seios, típica calvície masculina, além de um aumento do desejo sexual, de espinhas, dos pelos corporais e do tamanho da vagina. Usuários de esteroides anabolizantes mais jovens, tanto do sexo masculino como do feminino, correm o risco de sofrerem uma alteração dos seus processos naturais de crescimento, o que pode fazer com que atinjam uma altura menor que atingiriam sem o seu uso. O fato de que esteroides anabolizantes não estão sendo apenas utilizados por atletas universitários, profissionais e olímpicos está se tornando cada vez mais evidente. Existem fortes evidências de que estudantes do ensino médio e até mesmo do ensino fundamental também estão utilizando esteroides.

   O percentual de adolescentes de ambos os sexos, usuários de esteroides, que acaba usando esse tipo de droga durante todo o restante de suas vidas, varia entre quatro e doze por cento entre os homens e entre dois e cinco por cento entre as mulheres. A revisão de estudos a nível nacional a respeito do uso de esteroides entre adolescentes mostra tendências diferentes entre 1989 e 1996. Um deles, no qual o objeto de estudo era o uso de esteroides anabolizantes entre homens e mulheres em 1989, mostra que uma diminuição significante de uso aconteceu entre 1989 e 1996. Entretanto, desde 1991, o uso de esteroides por parte dos homens, como foi apontando por duas ou três pesquisas nacionais, tem se mostrado constante.

   Além disso, desde 1991, dados provenientes destas três mesmas pesquisas apontam para um aumento significativo na utilização de esteroides anabolizantes entre adolescentes do sexo feminino. O Sistema de Observação de Risco e Comportamento de Jovens de 1995 mostrou que entre os estudantes cursando desde o primeiro até o terceiro ano do ensino médio em escolas públicas e privadas dos Estados Unidos, 4,9% dos meninos e 1,4% das meninas usaram esteroides ao menos uma vez. Baseado em estimativas do número de estudantes do ensino médio do ano de 1995, esses percentuais indicam que aproximadamente 375.000 adolescentes do sexo masculino e 175.000 adolescentes do sexo feminino usaram esteroides. Também é importante dizer que o uso de esteroides anabolizantes por adolescentes não se limita aos adolescentes americanos. Estudos realizados no Canadá, África do Sul, Inglaterra e Suécia mostraram um grande número de usuários de esteroides entre os estudantes de faixa etária compatível com o ensino médio assim como nos Estados Unidos.

   O perfil dos adolescentes usuários de esteroides pode ser estabelecido apenas parcialmente. Os usuários de esteróides anabolizantes são em maior parte homens, além de encontrarem-se mais suscetíveis a usarem outras drogas ilícitas, ingerirem bebidas alcoólicas e fumarem. Estudantes que são atletas têm maior suscetibilidade a utilizar esteroides do que aqueles que não praticam esportes; jogadores de futebol americano, lutadores, halterofilistas e bodybuilders têm ainda mais suscetibilidade a utilizar esteróides do que atletas que praticam outras modalidades. Entretanto, os efeitos de idade, raça, sexo e grau escolar no uso de esteroides não são completamente compreendidos. Além disso, muitos outros fatores, tais como desempenho acadêmico e nível socioeconômico demandam investigações mais profundas antes que associações relacionadas entre eles e o uso de esteroides anabolizantes possam ser feitas de maneira convicta. Durante a última década, diversas estratégias foram empregadas na luta contra a utilização de esteroides anabolizantes entre os adolescentes. Dentro do desenvolvimento de atividades para a aplicação dessas estratégias, a aprovação de leis estaduais e federais proibindo a utilização de esteroides, assim como a implementação de inúmeros programas de prevenção, educação e intervenção tiveram uma atenção muito grande. Apenas algumas escolas do ensino médio propuseram-se a empregar exames antidoping a modo de impedir o uso de esteroides, provavelmente devido ao custo elevado dos exames (120 dólares cada). Apesar da aplicação dessas leis ter causado um impacto entre os usuários de esteroides, outras medidas precisam ser tomadas, especialmente devido ao aumento do número de usuários entre adolescentes do sexo feminino. Os programas de prevenção precisam ter várias vertentes de atuação. Mensagens consistentes contra o uso de esteroides precisam vir dos pais, professores e dos instrutores das práticas esportivas de forma contínua. Os adolescentes precisam aprender a dizer não para manterem-se afastados desse tipo de droga assim como receber informações precisas a respeito de nutrição esportiva, treinamento de força, condicionamento físico e uso de suplementos. E o mais importante: os jovens precisam de um compasso moral e ético bem estruturado que estabeleça limites e restrições claras que não serão ultrapassadas na busca pela vitória.

Escrito para o Colégio Americano de Medicina do Esporte por:
Dr. Charles E. Yesalis (membro do CAME) e
Dr. Michael S. Bahrke (membro do CAME)

PARCERIA DE TRADUÇÕES:

::. Seja você também um voluntário para traduzir os artigos do ACSM. Fale conosco !

 

|::::  Cooperativa do Fitness - Todos os direitos reservados - BH - MG - Na internet desde 05/12/1999 ::::|