Treinamento de Alta Velocidade
NOME
DA INSTITUIÇÃO: Universidade Católica de Santos – UNISANTOS
NOME COMPLETO DO ACADÊMICO: Rudiery dos Santos Mendes
ENDEREÇO DE EMAIL: rudiery0@hotmail.com
TELEFONES PARA CONTATO: (13) 8808-0098 / (13) 3363-2269
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Data de Publicação: 04/07/2011
O interesse
científico no treinamento de força e seus benefícios é um
fenômeno em crescimento dentro do fitness. O fato é que
em aproximadamente oito semanas de treinamento de resistência
intensivo pode-se produzir ganhos significativos na força.
O consenso apoiado por centenas de estudos experimentais se refere
ao ganho de força como o resultado primário no aumento
do músculo, conhecido como hipertrofia (aumento, em relação à quantidade,
das funções celulares e constituintes). Já o
que se é menos conhecido é o fenômeno que ocorre
devido ao aumento da força após algumas sessões
de treinamento. Especula-se que esse efeito é resultado de
mudanças nos fatores neurais e estudos mostraram que o treinamento
de resistência à curto prazo pode aumentar a força
eficaz na ausência de hipertrofia.
Enquanto os fatores neurais não são bem definidos,
estes primeiros ganhos de força são, em grande parte,
atribuídos a um aumento no nível máximo de ativação
do músculo.
Protocolos de treinamento
Há algum tempo foi feita uma descoberta que diz respeito à interação
entre a produção de velocidade e a produção
de força humana. Esses estudos foram concentrados em pesquisas
e treinamentos de baixa velocidade por serem considerados movimentos
de alta resistência. Por outro lado, os efeitos de se treinar
em alta velocidade, a adaptação aos treinamentos de
baixa resistência relacionadas à capacidade de um indivíduo
se mover rapidamente, não foram completamente estudados. Além
do mais, quase todas as receitas contemporâneas sobre o treinamento
de resistência consistem em detalhados programas
periódicos
que duram pelo menos oito semanas, tendo o intuito de aumentar a
hipertrofia muscular, assim como a força. O interessante é que
mesmo que o programa de treinamento de resistência dure apenas
alguns dias, pode também resultar em um aumento significativo
no desempenho, isso se o exercício já não for
praticado regularmente pelo indivíduo. Além de que
a velocidade do movimento pode aumentar se o exercício for
executado de forma rápida,
bastando diminuir o nível de sobrecarga.
Adaptações ao treinamento
O aumento inicial da força devido ao treinamento ocorre em
um ritmo muito rápido para ser considerado hipertrofia. Portanto,
as mudanças neurais devem ser responsáveis pelos ganhos
extremos de força. Investigações prévias
sobre a contribuição neural e hipertrófica para
o ganho de força muscular estudaram candidatos tanto inexperientes
como bem treinados durante oito semanas através de progressivos
treinamentos de resistência. No fim do treinamento, todos os
candidatos demonstraram ganho de força máxima. Mas
o mais importante é que as medições de eletromiografia
(atividade elétrica neural, conhecida por EMG) indicam que
as mudanças em atividades elétricas nos músculos
do cotovelo são as principais responsáveis pelos primeiros
aumentos de força, já a hipertrofia aumenta gradualmente
de forma a se tornar um fator contribuinte, que acrescentará apenas
com o passar do tempo. Portanto o ganho de força a curto prazo
em candidatos inexperientes parece ser causado devido, quase exclusivamente,
a adaptações neurais.
Outras experiências envolvendo treinamentos específicos
de velocidade a curto prazo, colocaram seus voluntários inexperientes
para participarem de grupos de treinamento tanto de baixa velocidade
como de alta. Desta forma descobriram que durante os treinamentos
lentos não houve mudança nos níveis de força,
já nos treinos mais rápidos eles obtiveram aproximadamente
20% de aumento. A conclusão é que, mudanças
neurais acompanhadas de um treinamento de alta velocidade são
responsáveis pelas primeiras mudanças no desempenho.
Os estudos também demonstram melhorias a curto prazo em relação à força
quando se é praticado com velocidades moderadas, isso através
de medições via IRM (imagem de difusão por ressonância
magnética) feitas na massa muscular da coxa. Na conclusão
do treinamento, a área de fibra muscular não revelou
nenhuma mudança, mas a atividade neural dos músculos
da coxa aumentou significativamente. Esses resultados coletivos apontam
para a facilitação neural como um final feliz para
a novela que era o treinamento.
Possíveis explicações
Existem duas amplas categorias que podem explicar essas adaptações
no treinamento específico de velocidade, a primeira é a
variação entre a capacidade do músculo na produção
de força em alta velocidade e as alterações
nas atividades neurais dentro do sistema nervoso. A segunda é geralmente
adquirida em um ambiente de exercício. Também se sabe
que durante as primeiras etapas do treinamento, a hipertrofia muscular
acaba tendo um atraso em relação à adaptação
neural, o que tende a colocar a aprendizagem como uma explicação
satisfatória para qualquer mudança na força.
Em outras palavras, a habilidade exigida para executar os movimentos
rápidos e repetidos envolve uma coordenação
dentro do sistema neural, o que resulta no aumento de força.
Portanto, uma das possíveis explicações para
os primeiros ganhos de força seria a aquisição
da habilidade na tarefa pretendida. Está claro que adaptações
de força são maiores quando os exercícios são
executados em um treinamento específico de velocidade. Vale
lembrar que possivelmente se faz necessário o zelo em medir
a evolução da força, uma vez que haja a necessidade
de desconsiderar qualquer adaptação de velocidade associada
a esses mesmos exercícios. No entanto, o treinamento de velocidade
específica pode servir para o aumento de velocidade no membro
se não houver qualquer mudança na força. Como
tal, os candidatos treinados podem produzir força mais rapidamente
mesmo que sua força máxima não seja afetada.
Essa capacidade de se produzir força também é ligada à facilitação
neural.
Aplicações práticas
O biomecanismo associado às quedas informa uma forte conexão
entre a quantia de força gerada em solo e a velocidade do
passo. Ou seja, o passo de velocidade muito rápida é associado à baixa
geração de força, enquanto o passo de velocidade
lenta demonstra um nível maior de geração de
força. Um modelo biomecânico calcula que diminuindo
a velocidade do passo por 75% exigiria um aumento de força
real de aproximadamente 82%. Já, se aumentarmos a velocidade
do passo em 65%, se exigiria 50% menos força real. E uma vez
que grandes aumentos de força são impraticáveis
em uma população idosa, que ainda estariam em risco
de queda, o aumento de velocidade a curto prazo, no membro, pode
reduzir a necessidade de uma força maior. Portanto, um programa
de treinamento a curto prazo aplicado com movimentos rápidos
e carga leve, contrário à um regime de treinamento
de resistência pesado e a longo prazo destinado à indução
de hipertrofia do músculo, é o mais aconselhado à pessoas
idosas. Programas de treinamento que resultam em um aumento brusco
de velocidade, enquanto mantém a força, tem uma grande
gama de aplicações para exercitar prescrições
criadas com o objetivo de impactar a explosão.
Resumo
A partir da discussão anterior, é evidente que os treinamentos
de alta velocidade e baixa sobrecarga estão relacionados com
a rápida capacidade de se produzir força, e que essa
habilidade tem implicações para as atividades na vida
diária, bem como em esforços atléticos. Exercícios
de alta velocidade resultam em rápidas adaptações
específicas e devem ser utilizados com o intuito de melhorar
os movimentos de alta velocidade. Além disso, o exercício
de curta duração é eficaz para a adaptação
dos fatores neurais, o que resulta no aumento de desempenho humano
na ausência de hipertrofia muscular.
Escrito para o Colégio Americano de Medicina nos esportes
por Lee E. Brown, EdD, CSCS,*D, FACSM
PARCERIA DE TRADUÇÕES: