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Dom, 27/1/13 22:27

Treinamento de Alta Velocidade

NOME DA INSTITUIÇÃO: Universidade Católica de Santos – UNISANTOS
NOME COMPLETO DO ACADÊMICO: Rudiery dos Santos Mendes
ENDEREÇO DE EMAIL: rudiery0@hotmail.com
TELEFONES PARA CONTATO: (13) 8808-0098 / (13) 3363-2269
ENDEREÇO DO LINK RADUZIDO: http://www.acsm.org/AM/Template.cfm?Section=Current_Comments...
Data de Publicação:
04/07/2011

   O interesse científico no treinamento de força e seus benefícios é um fenômeno em crescimento dentro do fitness. O fato é que em aproximadamente oito semanas de treinamento de resistência intensivo pode-se produzir ganhos significativos na força. O consenso apoiado por centenas de estudos experimentais se refere ao ganho de força como o resultado primário no aumento do músculo, conhecido como hipertrofia (aumento, em relação à quantidade, das funções celulares e constituintes). Já o que se é menos conhecido é o fenômeno que ocorre devido ao aumento da força após algumas sessões de treinamento. Especula-se que esse efeito é resultado de mudanças nos fatores neurais e estudos mostraram que o treinamento de resistência à curto prazo pode aumentar a força eficaz na ausência de hipertrofia.
Enquanto os fatores neurais não são bem definidos, estes primeiros ganhos de força são, em grande parte, atribuídos a um aumento no nível máximo de ativação do músculo.

Protocolos de treinamento
   Há algum tempo foi feita uma descoberta que diz respeito à interação entre a produção de velocidade e a produção de força humana. Esses estudos foram concentrados em pesquisas e treinamentos de baixa velocidade por serem considerados movimentos de alta resistência. Por outro lado, os efeitos de se treinar em alta velocidade, a adaptação aos treinamentos de baixa resistência relacionadas à capacidade de um indivíduo se mover rapidamente, não foram completamente estudados. Além do mais, quase todas as receitas contemporâneas sobre o treinamento de resistência consistem em detalhados programas
periódicos que duram pelo menos oito semanas, tendo o intuito de aumentar a hipertrofia muscular, assim como a força. O interessante é que mesmo que o programa de treinamento de resistência dure apenas alguns dias, pode também resultar em um aumento significativo no desempenho, isso se o exercício já não for praticado regularmente pelo indivíduo. Além de que a velocidade do movimento pode aumentar se o exercício for executado de forma rápida, bastando diminuir o nível de sobrecarga.

Adaptações ao treinamento
   O aumento inicial da força devido ao treinamento ocorre em um ritmo muito rápido para ser considerado hipertrofia. Portanto, as mudanças neurais devem ser responsáveis pelos ganhos extremos de força. Investigações prévias sobre a contribuição neural e hipertrófica para o ganho de força muscular estudaram candidatos tanto inexperientes como bem treinados durante oito semanas através de progressivos treinamentos de resistência. No fim do treinamento, todos os candidatos demonstraram ganho de força máxima. Mas o mais importante é que as medições de eletromiografia (atividade elétrica neural, conhecida por EMG) indicam que as mudanças em atividades elétricas nos músculos do cotovelo são as principais responsáveis pelos primeiros aumentos de força, já a hipertrofia aumenta gradualmente de forma a se tornar um fator contribuinte, que acrescentará apenas com o passar do tempo. Portanto o ganho de força a curto prazo em candidatos inexperientes parece ser causado devido, quase exclusivamente, a adaptações neurais.

   Outras experiências envolvendo treinamentos específicos de velocidade a curto prazo, colocaram seus voluntários inexperientes para participarem de grupos de treinamento tanto de baixa velocidade como de alta. Desta forma descobriram que durante os treinamentos lentos não houve mudança nos níveis de força, já nos treinos mais rápidos eles obtiveram aproximadamente 20% de aumento. A conclusão é que, mudanças neurais acompanhadas de um treinamento de alta velocidade são responsáveis pelas primeiras mudanças no desempenho. Os estudos também demonstram melhorias a curto prazo em relação à força quando se é praticado com velocidades moderadas, isso através de medições via IRM (imagem de difusão por ressonância magnética) feitas na massa muscular da coxa. Na conclusão do treinamento, a área de fibra muscular não revelou nenhuma mudança, mas a atividade neural dos músculos da coxa aumentou significativamente. Esses resultados coletivos apontam para a facilitação neural como um final feliz para a novela que era o treinamento.

Possíveis explicações
   Existem duas amplas categorias que podem explicar essas adaptações no treinamento específico de velocidade, a primeira é a variação entre a capacidade do músculo na produção de força em alta velocidade e as alterações nas atividades neurais dentro do sistema nervoso. A segunda é geralmente adquirida em um ambiente de exercício. Também se sabe que durante as primeiras etapas do treinamento, a hipertrofia muscular acaba tendo um atraso em relação à adaptação neural, o que tende a colocar a aprendizagem como uma explicação satisfatória para qualquer mudança na força.
   Em outras palavras, a habilidade exigida para executar os movimentos rápidos e repetidos envolve uma coordenação dentro do sistema neural, o que resulta no aumento de força. Portanto, uma das possíveis explicações para os primeiros ganhos de força seria a aquisição da habilidade na tarefa pretendida. Está claro que adaptações de força são maiores quando os exercícios são executados em um treinamento específico de velocidade. Vale lembrar que possivelmente se faz necessário o zelo em medir a evolução da força, uma vez que haja a necessidade de desconsiderar qualquer adaptação de velocidade associada a esses mesmos exercícios. No entanto, o treinamento de velocidade específica pode servir para o aumento de velocidade no membro se não houver qualquer mudança na força. Como tal, os candidatos treinados podem produzir força mais rapidamente mesmo que sua força máxima não seja afetada. Essa capacidade de se produzir força também é ligada à facilitação neural.

Aplicações práticas
   O biomecanismo associado às quedas informa uma forte conexão entre a quantia de força gerada em solo e a velocidade do passo. Ou seja, o passo de velocidade muito rápida é associado à baixa geração de força, enquanto o passo de velocidade lenta demonstra um nível maior de geração de força. Um modelo biomecânico calcula que diminuindo a velocidade do passo por 75% exigiria um aumento de força real de aproximadamente 82%. Já, se aumentarmos a velocidade do passo em 65%, se exigiria 50% menos força real. E uma vez que grandes aumentos de força são impraticáveis em uma população idosa, que ainda estariam em risco de queda, o aumento de velocidade a curto prazo, no membro, pode reduzir a necessidade de uma força maior. Portanto, um programa de treinamento a curto prazo aplicado com movimentos rápidos e carga leve, contrário à um regime de treinamento de resistência pesado e a longo prazo destinado à indução de hipertrofia do músculo, é o mais aconselhado à pessoas idosas. Programas de treinamento que resultam em um aumento brusco de velocidade, enquanto mantém a força, tem uma grande gama de aplicações para exercitar prescrições criadas com o objetivo de impactar a explosão.

Resumo
   A partir da discussão anterior, é evidente que os treinamentos de alta velocidade e baixa sobrecarga estão relacionados com a rápida capacidade de se produzir força, e que essa habilidade tem implicações para as atividades na vida diária, bem como em esforços atléticos. Exercícios de alta velocidade resultam em rápidas adaptações específicas e devem ser utilizados com o intuito de melhorar os movimentos de alta velocidade. Além disso, o exercício de curta duração é eficaz para a adaptação dos fatores neurais, o que resulta no aumento de desempenho humano na ausência de hipertrofia muscular.
Escrito para o Colégio Americano de Medicina nos esportes por Lee E. Brown, EdD, CSCS,*D, FACSM


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