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PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE PRATICANTES DE JIU-JITSU DA CIDADE DE CASCAVEL- PR

Por: ANA CAROLINA GLEDEN PODEROSO
* Consultor RODRIGO PODEROSO
Cascavel - 2009


Data de Publicação: 03/10/2010

RESUMO
  
 O Jiu-Jitsu é uma arte marcial que foi inventada por monges budistas, em busca de proteção em suas viagens, é uma arte marcial que visa fazer imobilizações através de chaves e alavancas em articulações. A antropometria é importante para poder saber percentuais de gordura, circunferências entre outras coisas para que se possa cada vez mais melhorar a desempenho de atletas. Esse presente trabalho mostrará através de uma pesquisa de descritiva de campo o perfil antropométrico de praticantes de Jiu-Jitsu da cidade de Cascavel- Paraná e irá copara-los com estudos de outras regiões comprovando que os praticantes de Jiu-Jitsu estão com percentuais elevados se comparados com atletas de alto rendimento. Assim melhorando os seus treinamentos e ajudando em futuros trabalhos sobre o assunto uma vez que não existem muitos trabalhos sobre o assunto.

INTRODUÇÃO
   
O Jiu-Jitsu é uma arte marcial que segundo THOMAS, 2000 foi inventado por monges budistas na índia sem data precisa, mas foi no Japão que foi reconhecido e popularizado. O significado de Jiu-Jitsu é arte suave, é uma luta onde se baseia em chaves e alavancas em articulações.
   Esse trabalho tem como objetivo identificar o perfil antropométrico de praticantes de Jiu-Jitsu demonstrando a sua composição corporal através de dobras cutâneas, circunferência, peso e altura. Para que possamos aprimorar cada vez mais o desempenho dos atletas.
   No Jiu-Jitsu são desenvolvidas várias valências físicas e psicológicas dentre elas a velocidade de raciocínio, o praticante de Jiu-jitsu consegue ter um controle a si mesmo e uma destreza e desenvolve uma autoconfiança muito grande.
Por ser uma luta onde é baseada em alavancas e quedas, o atleta busca utilizar a força de seu oponente a seu favor, o Jiu-jitsu desenvolve uma capacidade de raciocínio muito rápido, uma vez que a luta é comparada com um jogo de xadrez, onde os adversários tentam utilizar o erro do outro para buscar a vitória.
   As valências desenvolvidas no Jiu-jitsu são: Força, resistência, flexibilidade, coordenação, equilíbrio, agilidade e velocidade.
Para isso foram avaliados praticantes de Jiu-Jitsu da cidade de Cascavel de duas academias, que praticam Jiu-Jitsu pelo menos três vezes na semana, alguns são atletas e outros praticam apenas como uma forma de atividade física e nunca participaram de campeonatos.
   Através dos resultados obtidos comparemos com outras pesquisas sugerindo a melhora aos treinamentos, uma vez que trabalhamos com a modalidade  

MATERIAIS E MÉTODOS
   A amostra foi representada por 31 praticantes de Jiu-Jitsu da cidade de Cascavel- PR. Que praticam a arte marcial ao menos 3 vezes por semana, a pelo menos 1 ano.
   Foi uma amostra recrutada não aleatoriamente uma vez que o objetivo do presente estudo é identificar o perfil dos praticantes.
   A amostra foi selecionada de acordo com a idade dos praticantes, uma vez que o Jiu-Jitsu também é dividido por faixa etária e o seu peso pode mudar de acordo com a idade do praticante, por isso foram recrutados apenas homens que se classificam na categoria adulta sendo de 17 anos em diante.


RESULTADOS E DISCUSSÃO
Iremos demonstrar as variáveis de composição corporal dos atletas através de mínimo, máximo, média e desvio padrão.


TABELA 1 – VARIÁVEIS DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

VARIÁVEIS DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
MÉDIA DP (n=31)
Mínimo
Máximo
IDADE (Anos)
24,55 ± 5,82
17
43
PESO (Kg)
76,15 ± 12,44
54
115
ESTATURA (m)
1,76 ± 0,07
1,61
1,92
IMC (kg/m²)
24,58 ± 2,94
19,4
32,8

• IMC- índice de massa corporal; DP- desvio padrão.

   Foram avaliados 31 atletas de Jiu-jitsu com a idade de 17 a 43 anos sendo uma distância muito grande entre a idade mínima e a máxima, isso faz com que ocorra uma diferença na composição corporal dos praticantes.
   O peso teve um mínimo de 54 kg e um máximo de 115 kg fazendo com que o desvio padrão ficasse muito alto devido à diferença brusca entre os pesos mínimo e máximo mesmo deixando o peso com uma média de 76,15 kg.
   A estatura foi mais uma variável pesquisada no tema ficando com uma média de 1,76 metros, mesmo com o menor praticante medindo 1,61 metros e o maior com 1,92 metros, uma diferença de praticamente 31 cm o que faz diferença em algumas lutas.
Segundo Bianchi et al. 2005 onde foi feita uma análise em apenas 8 atletas de BJJ onde foram obtidos valores parecidos na média de massa corporal de 79 kg e a estatura também semelhante com media de 1,76 metros mas o percentual de gordura estava abaixo dos praticantes de Cascavel.
   A média do IMC dos atletas ficou enquadrada em normal de acordo com a OMS, mas o máximo ficou enquadrado como obesidade 1 sendo que o risco para a saúde seria classificado em moderadamente aumentando.
A tabela 5 apresentará um índice de atletas classificando eles de acordo com o IMC e a classificação de peso de acordo com a

OMS. TABELA 2 – ÍNDICE E FREQUENCIA DO IMC NOS PRATICANTES DE JIU-JITSU.
CLASSIFICAÇÃO
VALORES
FREQUÊNCIA
%
ABAIXO DO PESO
15 -18,4
0
0
NORMAL
18,5 - 24,9
17
54,83
SOBRE PESO
25 - 29,9
12
38,70
OBESIDADE 1
30 - 34,9
2
6,47
OBESIDADE 2
35 - 39,9
0
0
OBESIDADE 3
40 - 45
0
0
TOTAL
31
100

   Na tabela 5 é possível visualizar que a maioria, ou seja, 54,83% dos atletas estão com o IMC classificados como normal mostrando que estão saudáveis, 12 atletas sendo 38,70 % da amostra estão classificado com sobrepeso não devido ao percentual de gordura e sim pela massa muscular deles como será visto.
   E apenas 2 deles sendo 6,47% da amostra está com obesidade 1, isso devido ao seu peso e gordura abdominal.
   Iremos demonstrar a composição corporal dos atletas através do percentual de gordura, sua massa magra e massa gorda, isso através de máximos, mínimos e médios e desvios padrões.
   Os percentuais de gordura foram calculados através do protocolo de Faulkner (1968) para homens atletas.


TABELA 3- COMPOSIÇÃO CORPORAL ATRAVÉS DA MASSA MAGRA, MASSA GORDA E PERCENTUAL DE GORDURA.

COMPOSIÇÃO CORPORAL
MÉDIA DP
MÁXIMO
MÍNIMO
% G
14,35 ± 3,50
22,46
9,53
MASSA MAGRA (Kg)
57,37 ± 12,48
95,74
34,22
MASSA GORDA (Kg)
18,79 ± 3,05
25
11,96
 
- % G – percentual de gordura; DP – desvio padrão.

   Os percentuais de gordura dos atletas de Cascavel estão com médias acima dos outros praticantes de outras regiões, sendo que nos estudos de Del Vecchio, 2007 o percentual de gordura está com uma média de 9,83% e estão com padrões altos também se comparados com Bianchi 2005, ambos os estudos da região sudeste.
   A pesquisa de Del Vecchio foi realizada durante o campeonato mundial de Jiu-Jitsu realizado em São Paulo no ano de 2005 com uma amostra sendo caracterizada por atletas de diversas faixas.
   Apenas o valor de um praticante de Cascavel se enquadra com a média de Del Vecchio, com o valor de 9,53 %.
   A massa magra mostra que os praticantes têm mais massa magra do que massa gorda sendo que o máximo de massa magra é de 95,74 kg e de massa gorda é de 25 kg e o mínimo é de 34,22 kg e de massa gorda de 11,96 kg.

TABELA 4 – RESULTADO DO PERCENTUAL DE GORDURA CLASSIFICAÇÃO DO RISCO PARA SAÚDE.

CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
FREQUÊNCIA
%
RECOMENDADO
29
93,54
MODERADAMENTE ELEVADO
2
6,46
ELEVADO
0
0
TOTAL
31
100

  A amostra foi avaliada através do protocolo de Faulkner (1968) para homens atletas, teve um número significativo de pessoas, foram 31 indivíduos no total. Através do resultado obtido foi possível observar que os atletas de Jiu-jitsu têm um percentual de gordura considerado adequado por LOHAN (1982) citado por POWERS e HOWLEY, (1997 p.339) com a média de 14,35%, mas se comparado com outros estudos estes estão com um percentual um tanto quanto alto, uma vez que foram encontrados estudos onde os percentuais eram de 10,6% e 9,83%. A grande maioria, ou seja, 29 praticantes ou 93,54 % estão com um percentual de gordura considerado recomendado provando que o seu índice de massa corporal está alto devido elevado valores de massa magra e não pelo percentual de gordura. Já apenas 2 praticantes ou seja 6,46 % estão com o risco moderadamente elevado para a saúde. Foi avaliado a freqüência e o percentual de atletas de acordo com o risco para saúde através do calculo de relação entre cintura e quadril.  

TABELA 5 - RELAÇÃO CINTURA QUADRIL.

IDADE
FREQUÊNCIA
RISCO
%
20-29
3
BAIXO
9,67
20-29
16
MODERADO
51,63
20-29
8
ALTO
25,80
30-39
3
MODERllADO
9,67
40-49
1
MODERADO
3,23
TOTAL
31
100

   A mostra a relação cintura quadril onde a grande parte da amostra encontra com um nível moderado para a saúde quando comparada com a tabela de classificação de risco da ACSM (2006). Apenas 3 sendo 9,67 % da amostra de 20 a 29 anos se encontra com um risco baixo para a saúde, já com um número significativo na amostra de 8 pessoas sendo 25,80 % praticamente um quarto da amostra está classificado com um nível alto de acordo com a tabela da ACSM(2006).


CONCLUSÃO
  
Através do presente estudo foi possível concluir que os praticantes de Jiu-Jitsu da cidade de Cascavel se comparados com outros praticantes estão com o percentual de gordura, IMC acima do normal para os praticantes dessa modalidade.
   Mas de comparados com pessoas comuns que praticam atividade física, estão com a sua saúde em dia, uma vez que seus percentuais de gordura, relação cintura quadril, IMC se encontram com a classificação normal para a idade, alguns deles se encontram com classificação de sobrepeso, mas por causa da sua massa magro elevado e não devido ao acúmulo de percentual de gordura.

REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

American college of Sports Medicine. Manual do ACSM para avaliação e aptidão física relacionada à saúde. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

DEL VECHIO, F. B.; BIANCHI, S.; HIRATA, S.M. CHACON-MIKAIL, M.P.T. - Análise morfofuncional de praticantes de Brazilian Jiu Jitsu e estudo de temporalidade e da quantificação das ações motoras da modalidade. - 22/10/2006

FRANCHINI E., TAKITO M.Y.; PEREIRA. J.M.C.; Frequência cardíaca e força de preensão manual durante a luta de Jiu Jitsu. www.efdeportes.com. Revista digital. Buenos Aires -ano 9- nº 65- Outubro de 2003. Acessado em 20 de fevereiro de 2009.

GRACIE, Helio. Gracie Jiu-Jitsu. 2 ed. Editora Saraiva. São Paulo 2007.

GUYTON, Arthur C. Fisiologia Humana. 6ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 1988.

HEYWARD Vivian H. Avaliação física e prescrição de exercício: técnicas avançadas. Vivian H. Heyward; trad. Márcia Dornelles – 4ed.- Porto Alegre; Artmed, 2004.

PETROSKI, Edio L. Antropometria: Técnicas e Padronizações. 3 ed. Rev. e ampl.- Blumenal: Nova Letra, 2007.

THOMAS. J.R.; NELSON. J.K. Métodos de Pesquisa em Atividade Física – Porto Alegre- Art.méd. - 2002. THOMAS, W. Quais as principais valências físicas desenvolvidas, na prática de jiu-jitsu- turma 81- Porto Alegre- 2000.

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