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Qui, 8/1/09 11:02

DANÇA

ALGUNS FATOS RELEVANTES DA DANÇA NO TEMPO.

   Baseado em registros feitos pelo homem através de desenhos de figuras humanas encontrados nas paredes e tetos das cavernas no Paleolítico, podemos perceber que o homem já dançava. O homem primitivo dançava por inúmeros significados: caça, colheita, alegria, tristeza, exorcizar um demônio, casamento, homenagem aos deuses, à natureza, etc. O homem dançava para tudo que tinha um significado, sempre em forma de um ritual. Podemos dizer que a dança é a arte mais antiga que o homem experimentou e a primeira arte a vivenciar com o nascimento.
   E como tal, o homem e a dança evoluíram juntos nos movimentos, nas emoções, nas formas de expressão e na arte de transformar os seres deste mundo.
   Também evoluíram em conceitos, nos fatos sociais e culturais que a dança juntamente com o homem mostravam através da plasticidade harmonioza a intenção dos anseios e necessidades da humanidade. Dessa forma, caminharam juntos revelando através da história a relação do homem com o mundo e seus diferentes modos de vida.
   Em todas as etapas pela qual a dança passou: expressão de magia, ritual, cerimonial, expressão popular e também no prazer de se divertir, estava sempre envolvida com a forma de manifestação das vivências do homem no mundo e das influências que o mundo lhe apresentava. Na passagem Bíblica, Lucas 15, 25 podemos encontrar uma confirmação da influência da dança nas manifestações do homem, "O filho mais velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças".
   No evoluir das formas de dançar mito e história, a dança foi se misturando no cenário das antigas civilizações e se diversificando em muitas formas de expressão e interpretação. Dança Cósmica (Euripedes 485-406 A.C., se refere a "etérea dança das estrelas"), Ilíada e Odisséia com as danças funerárias, bélicas, matrimoniais e agrícolas, a Dança de Shiva, as danças para Calígula, Nero e Cômodo, as danças do Império Chinês e tantas outras presentes na evolução histórica da humanidade, foram deixando através dos tempos suas raízes e a possibilidade de outras civilizações poderem estudá-las ou até mesmo apreciá-las.
   Mas agora façamos um salto para o século XX, é claro que a dança teve sua história até chegar aqui, porém, não é proposta desta pesquisa uma História da Dança, mas sim, um breve posicionamento de sua evolução, com finalidade de localização e análise das tendências que influenciaram e mantiveram a dança viva, apesar das condenações e repressões que ela sofreu em sua caminhada no convívio com a cultura das civilizações pela qual ela foi passando.
   No início do século XX os mestres do balé eram franceses e italianos, sendo o mais importante Marius Petipa (filho do balé romântico). Nesta época produziu A Bela Adormecida. Em 1905, o público já aclamava por algo novo, mais original. Foi quando surgiu Michel Fokine (aluno de Petipa). Veio influenciado pelas obras de Tolstoi e buscou formas de movimento que tivessem mais vida. Para comprovar seu pensamento apareceu Isadora Duncan (falaremos mais adiante) ,abandonando as sapatilhas e tendo como inspirações movimentos das Antigas Civilizações. Nesta época, tínhamos: Anna Pavlova, Tâmara Karsavina e Vaslov Nijinski.
   Em 1913, Anna Pavlova e Tâmara Karsavina, dançavam nos balés coreografados Fokine.
George Balanchine - Inicia a geração da Dança Abstrata (dança sem uma história, onde o movimento é um contraponto escultural à música.) Iniciou os seus estudos em 1913 e em 1934 foi para o EUA, modificando seu estilo. Seu estilo ficou mais exato, linhas alongadas, uso extensivo do espaço, energia e velocidade aumentada. Em 1948, Balanchine funda sua Companhia, "The New York City Ballet", produzindo uma nova geração de dançarinos. Para Balanchine, a dança era a essência da emoção. Era contra o balé narrativo, em 1962, desenvolveu uma dança que não era preciso história. A própria dança era o enredo.
   Ruth Saint-Denis - Tinha um temperamento místico e encontrou sua inspiração nos movimentos exóticos e religiosos. Ela dizia: "A Dança revela a alma". Ruth St. Denis formou sua escola juntamente com Ted Shaw (seu marido), Escola Denishawn. Sua cultura era eclética. Ensinava-se tudo que era relativo ao palco e à apresentação, a música, as danças tradicionais e o balé, e os gestos dramáticos baseados no sistema Delsarte. Ted Shaw resumiu a filosofia de sua escola nestas palavras: "Todo o movimento humano era o sujeito de nossa pesquisa e não apenas o corpo Ocidental".    Algumas alunas de Ruth St. Denis tornaram-se alicerce da Dança Moderna, são elas: Martha Graham e Doris Humphrey.
   Ted Shawm considerava que a dança deveria estar no centro da educação escolar e universitária e que ela era a raiz viva e carnal de toda cultura. É absurdo, dizia ele, levar uma criança a uma sala de aula e dizer-lhe: agora, vou formar sua inteligência; depois levá-la ao ginásio e dizer-lhe: agora, vou formar seu corpo; para em seguida, levá-la à igreja e dizer-lhe: agora vou formar sua alma. O homem é uno. Dividi-lo é mutilá-lo.
   Émile Jacques Dalcroze - Criou o método Eurritimia (método de coordenação musical com movimentos corporais - Ginástica Rítmica)
   Rudolf Von Laban - Preocupava-se em expressar as emoções através do movimento do corpo humano, para ele este movimento era a manifestação exterior de um sentimento interior. Criou o icosaedro ( o aluno se movimenta dentro dessa noção de espaço), coreografias dançantes (vários bailarinos realizando o mesmo movimento) e a labanotação (memorização dos movimentos através de gráficos ou símbolos). Laban multiplicou os movimentos mas o dançarino permaneceu centrado. Componentes essenciais para a dança segundo Laban: espaço, tempo e peso. A Dança evoluíra em um espaço plano limitado pela platéia. Laban eliminou isto e devolveu ao espaço a sua profundidade. Ele concebeu o movimento através do espaço em um volume cuja forma seria um icosaedro, ou seja, um volume com múltiplas direções.
   O espaço tornou-se um parceiro móvel para o dançarino, movendo-se ao mesmo tempo. Depois tratou do ritmo e do tempo do movimento: rápido ou lento, breve ou sustenido. Sem os limites da música, a métrica de um poema ou apenas o silêncio bastavam. O movimento ficou livre do tempo. Finalmente tratou do peso. O bailarino clássico lutava contra a força da gravidade através do equilíbrio e da força ascensional. Laban fez uso do peso. Ele determinava a dinâmica do movimento e as mudanças contínuas entre o equilíbrio e o desequilíbrio.
   Através de estudos e observação Laban percebeu que para cada contração muscular havia um relaxamento e a partir daí libertou o movimento de todas suas restrições, liberou o espaço, os passos cadenciados e partiu em busca de uma harmonia total entre corpo e alma através do movimento.
Doris Humphrey - Suas coreografias tinham como propósito a denúncia da sociedade. Sua coreografia de maior sucesso foi "Inquest" em 1944. Foi aluna da escola Denishawn e nos seus estudos dedicou-se a coreografias solos, explorando o espaço e desafiando o equilíbrio do bailarino. Sua técnica tinha um princípio básico: para toda queda havia uma recuperação e o movimento se desenvolvia entre duas formas de desequilíbrio. "O movimento", ela dizia, "é um arco entre duas mortes". Inspirava-se no idealismo social da época e o movimento em si era sempre o mais importante.
Maurice Bejart - Retratou seus medos, testemunhou sua solidão e as realidades sociais da época em coreografias solo. Dizia: "Quero chocar para acordar e conscientizar as pessoas". "Para mim, a base da dança clássica é indispensável para adquirir o conhecimento do corpo". Com ele, as danças finalmente se libertaram do círculo fechado do público de teatro, realizando suas apresentações em estádios de futebol. Palavras de Bejart: "Não há um criador completo. Usamos uns aos outros. Cada um usa, come, devora e transforma. Somos como canibais que devoram seus ancestrais".
   A dança de Maurice Bejart era uma dança prospectiva, ou seja, dançava sempre o futuro, ou melhor, o que ele achava que estava por vir. Mas não que ele negasse o passado, ele aproveitava o passado para deduzir o futuro.
Mary Wigman - Foi aluna de Jacques Dalcroze e seus movimentos sempre tinham que estar associados à música e seus solos sem música não comoveram Dalcroze. Tornou-se então, aluna de Laban para depois se tornar sua assistente, pois ambos acreditavam na inspiração do movimento em si, e não na música. Wigman disse: "Laban criou para a dança aquilo que é harmonia na música. Ele usou as leis do espaço como ponto de partida, uma base para a criação das danças". As coreografias de Wigman eram caracterizadas por gestos decididos, simples e estilizados.
Willian Forsythe - Era chamado de Balanchine contemporâneo, pois provocava muita paixão com sua dança. Dizia: "Estudei numa escola de Long Island, fora de NY e ouvia rock'roll todo dia no rádio e dançava com a geladeira, sabe, na cozinha. Eu assistia a televisão e Fred Astaire o tempo todo. De Balanchine, gostaria de ter sua legibilidade." E na escola de Joffrey Ballet recebeu treinamento clássico com professores que haviam sido dançarinos de Balanchine. Também se interessou pelo sistema de Laban, imaginando pontos de partida em potencial de qualquer lugar do corpo. Costumava dizer nos treinamentos: "O que percebemos como tridimensional pode ser traduzido para o nosso interior. Trabalho em materializar formas que se manifestam nas mentes dos dançarinos de acordo com o que sabem". O que realmente lhe interessava era o movimento da articulação, a desestabilização e a descentralização.
Kurt Joss - Sua personalidade era mais marcante que sua técnica e por esse motivo Laban o inscreveu na companhia. Passou a se concentrar na expressão do movimento e seu trabalho baseado nas teorias de Laban. Suas coreografias eram amostras claras de uma crítica à ordem social. No ano de 1932, na coreografia "Big City" levantou a questão da diferença social. Nessa coreografia, trabalhadores (pessoas comuns), dançavam uma antiga valsa e a burguesia um Charleston da moda.
   Com a entrada dos anos 30 a Dança Moderna começou a se destacar em relação ao Balé Clássico. Iniciava-se a história da Dança Moderna, pela primeira vez ela ganhou público nos teatros e nas óperas.
Nessa mesma década NY tornou-se a capital da dança. Surgiu a música e a dança negra, não que ela não existisse, mas agora estava ganhando espaço na sociedade preconceituosa. Os clubes noturnos foram invadidos pela dança negra, o Jazz e o sapateado. Muitas casas noturnas, teatros , foram abertos. A Dança Moderna tinha vindo para ficar.
   Paralelamente ao sucesso da Dança Moderna, a Dança Expressionista Alemã também começou a se destacar, para isso, elas tiveram que deixar para traz tudo o que já faziam e tinham como princípio e buscaram sua própria identidade.
A partir daí, novos nomes começaram a se destacar, são eles: Isadora Duncan e Martha Graham
Pina Bausch - Foi responsável pela transformação da dança alemã e também líder do movimento renascentista. Suas coreografias eram relacionadas com veracidade e realidade, em 1973, uniu a dança ao teatro (hoje temos o nosso Baleteatro), fundando o "Wuppertal Tanztheater".
José Limon - Dançarino e coreógrafo mexicano, desenvolveu um estilo próprio, produzindo peças dramáticas, criando um teatro dançante, relatando fatos do cotidiano mexicano.
Isadora Duncan - Trouxe um nova técnica, buscou nos fenômenos da natureza os modelos de movimento que formavam sua dança. Para ela, era um momento de contato com a vida. Ela acreditava que a dança tinha o poder da comunicação e comunhão e tinha como missão fazer da dança a liberação da essência do ser.
   Ela costumava dizer que a dança é a base de toda uma concepção da vida mais flexível. mais natural. Não são passos pré-determinados, mecânicos, é claro que são necessários para um treinamento, mas para um treinamento. Os passos são meios e não o fim.
   Não deixou uma escola ou uma doutrina, simplesmente trouxe o início de uma nova geração da dança, a Dança Moderna.
   Martha Graham - Ao contrário de Isadora Duncan, utilizando as palavras de Garaudy, ela "não quis se identificar com os ritmos da natureza: 'Eu não quero ser uma árvore, uma flor, uma onda ou uma nuvem. No corpo de um bailarino devemos, como espectadores, tomar consciência de nós mesmos. Não devemos procurar uma imitação das ações cotidianas, dos fenômenos da natureza ou de criaturas exóticas de outro planeta, mas sim alguma coisa deste milagre que é o ser humano motivado, disciplinado e concentrado. A vida, contrariamente à puritana, é uma aventura, uma forma de expansão do homem que exige extrema sensibilidade para ser realizada com graça, com dignidade e com eficácia... O corpo e alma estão implicados de forma indivisível nesta experiência da vida, e a arte pode ser vivida por um ser total. Só uma sensibilidade apurada e exaltada realiza esta concentração no instante que é a verdadeira vida".    Foi uma das principais representantes da Dança Contemporânea nos EUA. Tinha como objetivo desvendar a alma humana. Ela dizia de seu próprio corpo: "os séculos e seus eventos passaram por ele. Como os pintores e arquitetos modernistas eliminamos qualquer elemento decorativo ou supérfluo da nossa forma de expressão". Sua técnica de trabalho era voltada para a respiração, inspiração-contração, expiração-relaxamento; e também voltados para o idealismo social e por uma forma melhor de vida.
   Muitas coisas se passaram no trajeto de sua carreira, mudança social, moda, gerações, e Martha sempre criando novos trabalhos, acompanhando todas essas mudanças. Dirigiu sua companhia até a morte (1991), e aos 80 anos de idade criou "Acts of Light".
Alwin Nikolais - Baseou-se nos estudos de Matha Graham e Doris Humphrey, suas principais criações foram Kaleidoscope (1956) e Galaxy (1956). Retirou o conteúdo psicológico e social do expressionismo alemão, tornando o corpo, um elemento dentre muitos no teatro. Sua teoria de movimento: o centro era móvel e localizado em qualquer ponto do corpo.
   Alvin Ailey - Sendo negro, suas peças tinham muito a ver com a cultura negra, foi o primeiro de sua cor a ser reconhecido internacionalmente.
Trisha Brown - Inspirava-se no cotidiano, nos gestos do dia-a-dia em situações inesperadas. Mandava seus dançarinos para as ruas, para os telhados, para os lagos, enfim, fazia com que seus dançarinos vivenciassem com mais atenção o cotidiano que os cercavam. Suas coreografias combinavam fluidez e construção de movimento. Ela dizia: "As estruturas estão lá para serem derrubadas. A minha dança é inesperada, improvável contínua".
   A partir daqui entramos numa época de explosão da dança no tempo, aos poucos a dança foi se libertando do único papel que ela teve nos últimos três séculos - diversão - e se tornou uma arte à parte, em que seus movimentos tornaram-se essencialmente vinculados ao mundo exterior.
   Os anos 60 foram um período muito especial na Europa com as escolas Folkswangschule em Essen e de Françoise e Dominique Dupuy na França, cujos temas retratavam o racismo, a segregação e protestos contra as guerras.
Paralelamente, na América, ocorreu a libertação da dança do expressionismo alemão promovendo a Dança Contemporânea. Com a chegada dos anos 70, os americanos presenciaram o triunfo do modernismo e logo depois, o pós-modernismo.
   A partir de então, muitos coreógrafos rumaram para NY e se juntaram a Merce Cunningham, Alwin Nikolais e Steve Paxton.
   A Dança Americana juntamente com o Expressionismo alenão e o neoclassicismo de Maurice Bejart deram suporte a Dança Contemporânea que ganhou espaço a partir dedssa época.
   No meio de tudo isso, duas americanas, Susan Biurge e Carolyn Carison, mudaram-se para Paris levando para os europeus a descoberta de novas técnicas e uma nova forma de aproveitar os movimentos do corpo - a improvisação.
Carolyn Carison - Foi nomeada por Liebermann em 1974, a primeira bailarina da Ópera de Paris. Carison, desenvolveu uma dança estruturada e fluída, tensa e controlada.
   Susan Biurge - Foi treinada por Nikolais, seguindo os princípios da coreografia arquitetural. Era fascinada por esculturas e vídeo,defendeu uma dança livre de artifícios onde os gestos eram um a um modificados seqüencialmente.
   No início dos anos 80 os coreógrafos europeus haviam dominado os debates intelectuais definidos pelo estruturalismo, a semiologia e a psicanálise.
   Influenciada pela cultura do final do século 20, a dança começou a eliminar as estruturas tradicionais, para dar lugar a expressão individuais. Mas a Dança não tinha os meios financeiros. Em 1981, o Presidente Mitterand foi eleito e dolerou o orçamento para as artes e a dança recebeu seu próprio departamento no Ministério da Cultura. Anteriormente a pesquisa da dança era restrita aos fundos dos estúdios, mas agora saía da sua posição marginal, para fazer sua própria história e reunir um grupo variado que se tornaria a futura geração de artistas.
   A partir daqui a dança tornou-se internacional bem representada pelos franceses. Os gestos tornaram-se a linguagem do dia-a-dia e deixou para traz tudo que era antiquado.
   No entanto, como nem sempre tudo está aberto a mudanças, alguns não abandonaram suas raízes anteriores e se negaram a participar do novo estágio que a dança adentrava, tornando-se autodidatas.
Maguy Marin - Aluna de Maurice Berjat, costumava dizer: "Nossos grandes mestres são a vida, as ruas, o metrô, tudo o que acontece à sua volta". - Marin propôs uma teatralidade suntuosa inserida numa dança essencialmente estruturada.    Em suas coreografias mostrou o mundo cruel da humanidade, apresentando corpos rastejantes, torturados, desequilíbrio da alma e sua ligação com o mal.
Jean Claude Galotta - Sua dança tornou-se popular no ano de 1983, fazia parte da companhia Emil Dubois. Seu trabalho não possuía regras, o corpo não tinha uma posição dada como certa na dança e os gestos todos considerados grosseiros, comuns. Dizia: "Tenho a impressão que as artes vibram com a época. Creio no inconsciente coletivo e que a modernidade cria suas formas, seus artistas e nós nos submetemos. Não gostava da dança. Descobri muito depois. Na história das artes, a dança era a que menos me interessava. Foi engraçado, pois fui praticamente escolhido para continuar nesta profissão. Acho que há uma força que não controlamos, e não falo de nenhuma divindade mas de forças criadas pelo Homem. Acho que a arte é isso: um gesto, mas não como antes muito ilustrativo e simbólico".
   Dominique Bagouet - Sua linguagem da dança também era o dia-a-dia. Seus movimentos eram uma espécie de caligrafia tenso, vibrantes, múltiplos e complexos. Em 1992 , auge de sua carreira, foi acometido pela AIDS.
François Verret - Desenvolveu um trabalho forte, influenciado pelo estado da humanidade, seus gestos eram frutos das necessidades internas.
   Mathilde Monnier - Interessou-se pelas relações entre homens e mulheres. Inspirou-se nas danças de rua de NY e estudou com Michel Hallet e Viola Farber. É considerada uma das mais criativas coreógrafas contemporânea e aproveitando esse dom, desenvolveu uma dança flexível, delicada e brutal ao mesmo tempo.
   Uma observação importante que vale a pena destacar é que alguns coreógrafos se interessaram por trabalhar com crianças. Em algumas escolas de periferia, trabalharam num projeto a longo prazo na intenção de despertar nas crianças a visão de ser livre e saber ser livre.
   Podemos observar, após esse relato, que a dança foi uma forma de expressão de vários acontecimentos que marcaram época na humanidade, deu um grande salto, e das paredes limitadas de um teatro, buscou o seu espaço no mundo exterior, demonstrando nossas energias, anseios e luta. Abandonou seus valores tradicionais - técnica, diversão e narrativa - e enfrentou as transformações políticas, sociais e morais.
   Então podemos dizer que a dança é a arte do movimento e que a partir dela o homem pode demonstrar papéis sociais e também desempenhar relações dentro de uma sociedade seja ela qual for.
   E ao amanhecer do século 21, dispomos de muitos artistas e pesquisadores dançando a realidade do Homem, se preocupando com os sinais dos tempos e desenvolvendo métodos para integrar - mundo, Homem , dança e educação - tendo a certeza que este seja o único caminho contra o conformismo para as coisas que ainda virão.


Profª Ms. Érica Verderi - FEFISO/ACM
verderi@cy.com.br

 

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