MUITA ADRENALINA E EMOÇÃO É O
QUE MOVE OS ESPORTES DE AVENTURA QUE PARECE NUNCA TER FIM
Por:
Luiz Carlos de Moraes CREF1 RJ 003529-P/R
E-mail: lcmoraes@compuland.com.br
Portal: www.noticiasdocorpo.com.br
Data de Publicação: 12/06/2009
PARAPENTE
O que é aquilo lá no céu? Não é pássaro,
não é avião, não é pára-quedas, não é Asa
Delta. É Parapente! Um aeroplano cuja asa de sustentação
inflável se assemelha a um pára-quedas sem a estrutura rígida
suspenso por linhas onde o piloto viaja sentado com total controle de direção
podendo ou não ser propelido por um motor. Pode-se dizer que é uma
mistura de pára-quedas e asa Delta. A grande diferença entre os
dois é a distância horizontal que se pode atingir a partir do ponto
de salto. Característica conhecida por coeficiente de planeio do inglês
L/D (Lift and Drag). Um parapente L/D 7 significa se a decolagem for de uma altura
de 1 km, pode-se atingir 7 km o que não é possível com o
para-queda tradicional. Na verdade, por conta das características da asa
e condições meteorológicas é possível fazer
um vôo ascendente, dar direção podendo ficar mais tempo no
ar, ter total controle de pouso e com isso voar na horizontal por mais de 400
km.
A prática desse esporte exige uma série de cuidados,
tem regras sendo imprescindível fazer curso nas escolas autorizadas para
adquirir habilitação tudo em nome da segurança. Qualquer
falha pode significar a morte.
Para detalhes acesse: ABP (Associação
Brasileira de Parapente) http://www.abp.esp.br/
Modalidades
Cross Country - O objetivo é voar
certa distância e rota determinada pela comissão
de prova no menor tempo possível. Cada piloto tem um
GPS para se orientar e vence quem chegar primeiro. Nessa categoria
inclui-se também a distância livre onde o piloto
tenta ir o mais longe possível. Atualmente o recorde
mundial está em mais de 400 km.
Acrobacias – Existe
uma diferença fundamental entre manobrar e fazer acrobacia.
A manobra é o domínio total e habilidade de
voar. Para isso o piloto deve dominar a decolagem, o uso
dos freios, as mudanças bruscas de direção
a ascendência e a aterrizagem.
As acrobacias são as manobras que fogem às características
normais de vôo tais como girar em 360° com o eixo entre o piloto e
a vela para frente e para trás, fazer um looping, fazer movimentos de
pêndulo para os dois lados onde o piloto pode ficar até acima da
vela, mudar e/ou desmanchar a aerodinâmica da vela provocando queda brusca
de altitude com ou sem giro entre outras. Por força de norma as acrobacias
devem ser executadas sobre a água e por pilotos experientes que devem
seguir um aprendizado seqüencial do fácil ao difícil dominando
em primeiro lugar todas as manobras para depois evoluir paras as acrobacias.
PÁRA-QUEDISMO
Caracteriza-se por um esporte radical que consiste em saltar
de uma aeronave ou precipício com o pára-quedas que fica fechado
e dobrado de modo especial e no meio da queda livre se abre ficando inflado automaticamente
ou por comando manual descendo suavemente. Existem vários modelos de pára-quedas
sendo que os mais modernos permitem uma descida bem suave onde o pára-quedista
consegue pousar em pé sem dificuldade. Os mais antigos, essencialmente
militares, descia-se com mais velocidade exigindo técnica de rolamento
para amortizar a aterrizagem.
A HISTÓRIA
Vem desde a mitologia grega com Dédalo acalentado pelo
antigo sonho do ser humano voar com asas de penas de pássaro coladas com
cera.
Em 1306 a idéia foi de chineses acrobatas se atirando
de cima de muralhas com uma espécie de guarda-chuvas que amortecia a queda.
Leonardo da Vinci em 1495 deu a idéia: "Se um homem
dispuser de uma peça de pano impermeabilizado, tendo seus poros bem tapados
com massa de amido e que tenha dez braças de lado, pode atirar-se de qualquer
altura, sem danos para si". Ele não pulou, mas é considerado
o projetista precursor do pára-quedas porque evoluiu a partir das suas
idéias.
Daí em diante o pára-quedas evoluiu primeiramente
com armação que os mantinham abertos e depois com os tecidos mais
leves e formatos em concha que os mantinham insuflados no ar chegando a ser largamente
usados na segunda guerra mundial pelos alemães na conquista da ilha de
Creta.
No Brasil
Também foi através dos militares, depois passado
aos civis que o pára-quedismo evoluiu até atingir a popularidade
que tem hoje no país inteiro com diversas modalidades de competição.
Veja mais detalhes em: CBPq (Confederação Brasileira de Pára-quedismo) http://www.cbpq.org.br/
RAFTING
Imaginem a sensação de descer corredeiras dentro
de um bote inflável acompanhado de mais outras 8 a 10 pessoas. Apesar
de aparentemente simples é preciso cuidado e de preferência ter
passado por um curso com bons instrutores experientes. Para que a aventura se
torne prazerosa é preciso saber nadar, se certificar que todo equipamento
está disponível, se todos os parceiros estão cientes do
perigo e qual a função de cada um dentro do bote, estar organizado
e familiarizado com os comandos do líder que vai na parte de trás
e saber qual o grau de dificuldade do trecho a ser percorrido.
Podem ocorrer quedas ou mesmo o bote virar. A equipe deve estar treinada para
estas eventualidades.
A
HISTÓRIA
Todos os relatos levam ao século 19 na exploração
da região central do Grand Canyon nos Estados Unidos quando uma equipe
de aventureiros liderados pelo norte-americano John Wesley atravessou o rio Colorado
com botes de madeira impulsionado a remo. Como primeira experiência tiveram
muitas dificuldades e com o passar dos anos o bote passou por várias evoluções
até chegar nos anos 50 aos de borracha que oferecem muita segurança,
resistência a choques com os obstáculos e flexibilidade. No Brasil
o esporte chegou na década de 80 explorando o Rio Paraíba do Sul
e Paraibuna no estado do Rio de Janeiro e rapidamente se espalhou em todo o país
devido a grande bacia hidrográfica que temos.
Outras
informações
O Rafting é dividido por categoria de acordo com o grau
de dificuldade do trecho a ser percorrido e pode ser praticado também
em águas tranqüilas como turismo. Para maior segurança quem
quer apenas se divertir num fim de semana deve procurar agências que operam
nesses locais. Quem deseja competir deve procurar os cursos.
No Brasil o esporte é normatizado pela CBCa (Confederação
Brasileira de Canoagem).
Acesse: http://www.cbca.org.br/
VÔO
LIVRE
O Vôo livre abrange as modalidades de Parapente, já descrita,
e Asa Delta.
A Asa Delta é o esporte que mais se aproxima do antigo sonho do homem
voar como os pássaros pois consegue subir aproveitando as chamadas térmicas
como fazem os urubus e planam como eles podendo ir para onde desejar, ficar
longas horas no ar e escolher o local de pouso.
É um tipo de aeronave construída com tubos de
alumínio e uma vela de tecido fino e resistente. O formato aerodinâmico
em forma de triângulo lembra a quarta letra do alfabeto grego chamada Delta
que deu origem ao nome Asa – Delta. Para se decolar com segurança
existem as rampas próprias com altitudes acima de 800 metros e são
muitas em função da geografia cheia de serras que temos no Brasil.
A
HISTÓRIA
Vem desde 852 d.C. o registro da primeira asa-delta construída
pelo árabe Abbas Ibn Firnas. Entretanto, o alemão Otto Lilienthal
que já se dedicava à construção de planadores que
ele mesmo testava em um monte nas proximidades de Berlim desde 1871 é considerado
o pioneiro.
Para chegar ao que hoje são as Asas-Delta as primeiras
idéias vieram da tentativa de se construir pára-quedas direcionáveis.
Primeiro passaram por aeronaves apoiadas em triciclo até serem aperfeiçoadas
e seguras.
Outras informações
O vôo livre só é seguro para quem se propõe
a seguir todas as regras de segurança e procedimentos começando
com o curso de pilotagem credenciado pela Associação Brasileira
de Vôo Livre existente em várias cidades brasileiras. A entidade é a
responsável pela normatização do esporte e orientação
aos clubes que promovem os campeonatos. Acesse: http://www.abvl.com.br/
Tal como o Parapente é possível ficar muitas
horas no ar e viajar por mais de 400 km além do local de decolagem e escolher
o local mais seguro para aterri
CANYONING
Essa é uma atividade meio que parente, por assim dizer,
da corrida de aventura. Imagine que você tenha uma direção
em linha reta a seguir no meio da mata sabendo que não pode mudar porque
está se guiando pela bússola e de repente tenha que transpor um
rio entre despenhadeiro, Canyon. Como você está com uma equipe o
mais fácil seria usar uma tirolesa, mas alguém vai ter que descer,
e não vai ser sozinho, transpor o rio e subir do outro lado para fixar
as cordas. Ou então a bússola indica uma direção
e dá de cara com uma cachoeira. O que fazer? Não tem jeito. É encarar
a aventura.

A HISTÓRIA
A origem está na espeleologia, atividade de exploração
de grutas e cavernas que na maioria das vezes ficam em lugares de difícil
acesso. Daí os primeiros desbravadores desenvolveram técnicas para
transpor as dificuldades caso a caso.
Cada país tem as suas necessidades de conhecer o seu
território explora-lo e domina-lo. Assim, segundo os alfarrábios
relatam, o governo francês no início do século contratou
Edouard Alfred Martel um explorador nato, para explorar e catalogar canyons,
gargantas e cavernas entre os limites geográficos da França e Espanha.
Martel acabou sendo reconhecido como precursor do canyonismo.
No Brasil por ser um esporte ainda novo
com pouco mais de 20 anos não é considerado atividade
esportiva e sim recreativa embora já existam regras de
competição. O maior incentivador e divulgador da
atividade é um grupo chamado “H2Omem” que
tem se encarregado de cadastrar as cachoeiras em mais de 12 estados
brasileiros já tendo mapeado mais de 2000.
A
COMPETIÇÃO
Normalmente cada grupo recebe um trajeto e a exemplo das provas
de carros de rali, as equipes são premiadas somando pontos por regularidade
nos postos de controle. As equipes recebem mapas, coordenadas e com o auxílio
da bússola e outras técnicas de orientação seguem
seus rumos. Ganha quem fizer mais pontos e nem sempre é quem chega primeiro.
EQUIPAMENTOS
Cada modalidade esportiva tem o seu material próprio
e o canyonismo deve-se ter mais atenção ainda. A mochila, as roupas
reservas, lanterna, pilha reserva, fósforos, sacos plásticos, alimentação
seca nutritiva e de fácil digestão, cordas, mosquetão e
tudo o mais deve ser minuciosamente checado para não ter surpresa desagradável
no caminho. Embora os organizadores teoricamente saibam onde cada equipe está a
falta de um equipamento pode complicar a aventura e até se perder. É bom
que cada grupo tenha pelo menos uma pessoa experiente e se faça previsão
de contratempos.
QUEM
PODE PRATICAR
Qualquer pessoa com espírito aventureiro, destemido
e com um bom condicionamento físico. Pela lógica é bom começar
com trechos pequenos de fácil transposição e ir aumentando
o grau de dificuldade aos poucos.
Os militares principalmente do exército chamados infantes, da ativa
ou não, e que tenham feito curso de sobrevivência na selva se
entrar numa prova dessas tiram “de letra”. Ao contrário
das competições de aventura e canyonismo no treinamento de selva
a organização trabalha para atrapalhar, dispersar e fazer o grupo
propositadamente se perder no meio do mato lançando bombas de efeito
moral simulando um ataque inimigo. Se o grupo for coeso se espalha, se defende
e depois se reúne outra vez guiado pelos pontos de referência
marcados passo a passo. No canyonismo é mais fácil porque a organização
trabalha para ajudar.
O esporte vem
crescendo no Brasil e em outubro de 2005 o VI encontro Brasileiro
de canyonismo reuniu em Baenpendi, Minas Gerais mais de 80 pessoas.
Quem deseja praticar esse esporte deve procurar as escolas especializadas
nas diversas cidades brasileiras. Para mais informações
sobre o canyonismo espeleologia e outros esportes de aventura
e/ou radical acesse: http://oradical.uol.com.br/canyoning
