PLATAFORMA VIBRATÓRIA
                E SUAS LIMITAÇÕES
              
              Por: Luiz Carlos de Moraes CREF1 RJ 003529-P/R
                E-mail: lcmoraes@compuland.com.br
                Portal: www.noticiasdocorpo.com.br
                Data de Publicação: 28 DE MARÇO de 2010
                
              Introdução
                 As pessoas que mais
                facilmente podem ser passadas para trás sem dúvida
                são as que estão sempre querendo levar algum tipo
                de vantagem. Um bom exemplo disso são as que ainda caem
                no golpe do bilhete premiado. Ora! Isso só acontece no
                encontro de dois espertos, um querendo enganar o outro. O golpista
                com boa lábia e a vítima cai, não por ser
                boba, e sim por achar que vai se dar bem.
                   Na área de saúde e Educação Física
                também são os “espertos” que sempre
                se dão bem em cima das pessoas querendo ser enganadas
                com receitas mágicas para emagrecer sem fazer força,
                alimentos para ficar forte rápido e tudo o mais. Volta
                e meia aparece alguma coisa alardeando uma novidade quando na
                verdade não passa de uma reedição de tentativas
                frustradas anteriores.
                   Depois do “choquinho”, agora parece ser a vez da
                tal plataforma vibratória que também não é nenhuma
                novidade. Um aparelho que produz uma vibração constante
                que visam estimular todo o aparelho locomotor do corpo. Ele foi
                criado para treinar os astronautas em situações
                de gravidade zero e para esse fim o aparelho realmente funciona. É também
                muito usado em clínicas de fisioterapia com fins de reabilitação
                física de membros paralisados por acidentes ou doenças
                degenerativas onde se concentra a principal indicação.
                Nos casos de necessidade de exercícios cinesioterápicos
                e/ou desenvolvimento proprioceptivo o aparelho pode ser um bom
                aplicativo nas seções de fisioterapia.
                
                O Óbvio
                  Outra aplicação com razoável
                sucesso em mulheres idosas sedentárias é no tratamento
                da osteoporose. A vibração pode melhorar a concentração
                de cálcio nos ossos, o equilíbrio, a agilidade
                e a marcha. Entretanto, essas conclusões são citadas
                em apenas dois estudos além de ser óbvio que qualquer
                atividade por mais simples que seja em idosos sedentários
                dá algum resultado. Portanto, não é sétima
                maravilha do mundo como costumam alardear por aí.
                   Conclusões similares foram encontradas em estudos comparando
                treinamento de força tradicional com treinamento de força
                feito em cima de plataforma vibratória. O segundo promove
                aumento de força significativo. Também não
                fugiu do óbvio. Se o exercício de força é feito
                em cima de uma máquina vibratória o recrutamento
                de unidades motoras só pode ser maior. O estudo também
                concluiu que quanto menor o nível de força, maior é o
                ganho. Claro, e precisa dizer isso?
                   Ora! O estudo comparou o mesmo exercício com a mesma carga
                na plataforma e fora dela. É evidente que se o exercício
                for comparado com carga maior fora dela o resultado será o
                mesmo ou insignificante.
                
                As Limitações
 
                  Já se sabe que a plataforma
                vibratória tem as suas limitações. Em primeiro
                lugar, apesar de todo exercício ser feito em cadeia cinética
                fechada que teoricamente recruta mais unidades motoras além
                de envolver músculos agonistas e antagonistas, a vibração é proporcionalmente
                menor à medida que se afasta do ponto inicial de contato.
                Além disso a vibração tem uma freqüência
                limite e não é recomendável nem fazer muitas
                seções e nem ser a única forma de treinamento.
                Ou seja, pode ser um treinamento complementar, seja aeróbio,
                anaeróbio, de força ou mesmo alternativo nas terapias
                e principalmente na recuperação física.
                  Como sempre, uma boa parcela da população sonha
                com um corpinho perfeito sem fazer força, um prato cheio
                para os fabricantes tentarem vender esses aparelhos, que não
                são baratos, justamente para essas pessoas. De um lado
                um esperto tentando vender, do outro um esperto achando que vai
                se dar bem. Interessante que a própria propaganda da maioria
                desses aparelhos vem escrito: “É uma ótima
                opção junto com uma dieta saudável, de perder
                peso e manter a forma de maneira prática e segura”.
                Alguns ainda completam: “Faça exercícios
                regularmente!” A propaganda é audaciosa. “Com
                alguns minutos por dia, em alguns meses, você consegue
                diminuir varizes, celulite, reduzir colesterol, entre outros
                benefícios”. Fala sério! Algum de vocês
                queridos leitores inteligentes que são acreditam nisso?
                Quem compra um aparelho desses e não obtiver o resultado
                esperado não pode judicialmente acionar o fabricante porque
                a propaganda recomenda fazer dieta e exercício. Os milhares
                de artigos na Internet relativos à plataforma vibratória
                são propagandas de clínicas, estúdios e
                academias sem nenhum critério científico. De qualquer
                forma esses aparelhos devem ser manipulados por profissionais
                de saúde em clínicas de Fisioterapia. Para usar
                em casa é preciso ter cautela, pois o aparelho pode não
                satisfazer as necessidades ou trazer conseqüências
                indesejadas se não for manipulado profissionalmente.
                
                Conclusão
                  o treinamento em plataforma vibratória
                produz algum resultado no sistema neuromuscular, mas não é superior
                a nenhum treinamento tradicional sendo indicado ao complemento
                de outras atividades físicas e principalmente recuperação
                de lesões. Mesmo assim deve ser visto com reservas pois
                a aceleração pode não ser adequada às
                estruturas lesionadas, daí a necessidade de orientação
                médica, porque o uso tem contra-indicações
                nos casos de inflamações, artropatia, artroses,
                infecções, febre, arterite, enxaqueca, agudas,
                feridas pós-operatórias, implantes metálicos
                ou sintéticos como marca-passos, válvulas cardíacas
                artificiais, endopróteses vasculares recentes e outras
                a critério médico.
                   Outro ponto sério de grande preocupação é que
                não existe norma de fabricação que garanta
                a qualidade do produto o que deixa o cliente totalmente descoberto
                judicialmente em caso de problema.
                   Para Refletir: O sujeito que nunca recebeu elogios e não
                consegue fazer ninguém feliz tem a sua chance quando morrer.
                (Moraes 2010)
                   Sobre a Ética: O profissional íntegro não
                precisa jurar que é verdade o que diz. (Moraes 2010).
                
                Literatura Sugerida:
                Batista , M. A. B.; Walerstein, L. F.; Dias, R. M.; Silva , R.
                G.; Ugrinowitsch, C.; Tricoli, V. Efeitos do Treinamento com
                Plataformas Vibratórias Revista. Brasileira de Ciência
                e Movimento. 2007 – Disponível em: http://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/766/769                Acesso em: 16/03/2010.
                GENTIL, Paulo – Plataformas vibratórias – Disponível
                na Internet em: http://www.gease.pro.br/categoria_visualizar.php?id=1 – Acesso
                em: 16/03/2010.
                Mundo Fiosio - A Plataforma Vibratória Como Recurso Terapêutico.
                Disponível na Internet em:
              http://www.mundofisio.com/index.php?option=com_content&view=article&id=170:a-plataforma-vibratoria-como-recurso-terapeutico&catid=26&Itemid=61              Acesso em: 16/03/2010.
              