PADEL
EMOÇÃO
GARANTIDA PARA TODAS AS IDADES NO JOGO DE PÁDEL
Autor:
Luiz Carlos de Moraes CREF1 RJ 003529-P/R
E-mail: lcmoraes@compuland.com.br
Portal: www.noticiasdocorpo.com.br
Data de Publicação: Maio de 2009.
INTRODUÇÃO
Esportes com a Mesma Origem no Uso de Bola e Raquete
Desde os primórdios tempos o ser humano sempre desejou
praticar esportes e por isso qualquer oportunidade hostil sempre
se arranja em qualquer espaço um jeito de praticar alguma
coisa que acaba virando um jogo. Imaginem há tempos atrás,
mais precisamente em 1890, o que fazer com o tempo ocioso numa
viagem de navio que duravam dias. Alguns contam que os passageiros
de navios ingleses improvisavam uma quadra a bordo protegida
por telas para praticar tênis. Outros contam que os marinheiros
improvisavam os porões para jogar algo que seria o precursor
do que se conhece hoje como Pádel. Usando remos lançavam
bolas uns aos outros com auxílio das paredes fazendo a
diversão dos passageiros. Essa história também
se coaduna com o Squash que tem história similar com bola
arremessada contra uma parede. De qualquer forma a história
sempre cita as pessoas rebatendo bola com a mão, bastão
ou raquete uns contra ou para os outros com ou sem auxílio
de uma parede ou muro. Na França batizado de “Paume”.
Na evolução em outros países o muro foi
substituído por uma corda presa a um retângulo dividindo
um campo com 80 m de comprimento por 14 m de largura para seis
pessoas de cada lado e virou “Longue-paume”. Bom,
de Longue-paume para “court-paume” e depois “real-tennis” na
Inglaterra. Em 1873, o major inglês Walter wingfield deu
as formas atuais ao tênis. O nome acabou surgindo do grito
de guerra francês “tenez” que os atletas davam
no momento da jogada. Se passarmos as vistas nos alfarrábios
veremos que o tênis, o Squash, o Pádel, a Pelota
Basca e até o carioquíssimo Frescobol a história
de um jeito ou de outro esbarra no Paume. Com a mão, utensílios
rudimentares, pás, panelas, tábua, pedaço
de madeira, bastão entre outros, foram precursores das
sofisticadas raquetes de todos esses jogos que hoje conhecemos.
O que ninguém sabe mesmo ao certo é quem surgiu
primeiro.
O tênis ou o Pádel. Na Revista Brasileira
de Educação Física nº. 18 editada em
1973 pelo então Ministério da Educação
e Cultura o tênis derivou do Pádel, mas na Revista
Paulista de Educação Física jan./jun. 2000
já cita o contrário como o Pádel tendo sido
derivado do tênis. O que pelo menos todos concordam é que
no Brasil a região Sul é a mais adepta onde desembarcou,
por assim dizer, trazida por uruguaios e argentinos em 1988.
Nas cidades gaúchas de Jaguarão e Livramento é onde
foram construídas as primeiras as primeiras quadras e
a Federação Gaúcha de Pádel foi a
primeira do país criada em 1992. É também
na região Sul onde se encontra desde as mais simples até as
mais sofisticadas quadras fechadas em vidro ou blindex, bem iluminadas
e com espaços confortáveis para o público
assistir acirradas partidas pelos campeonatos gaúchos.
O JOGO
O Pádel se joga sempre em dupla contra a outra numa quadra
de 20 metros de comprimento por 10 de largura com paredes ao
fundo e parte das laterais onde a bola pode ser rebatida assumindo
certa similaridade com o Squash onde apenas dois jogadores competem
lado a lado, usando também uma parede ao fundo e laterais
onde a bola é rebatida. A similaridade com o tênis é a
rede de 88 a 92 cm de altura que divide a quadra e as duplas
que ficam frente a frente. Pela sua praticidade é um jogo
acessível desde a infância até a terceira
idade. A sua popularidade é tanta que justifica, além
dos campeonatos regionais principalmente no sul, o campeonato
Brasileiro organizado pela Confederação Brasileira
de Pádel contendo provas o ano todo e seletivas infantil
e adulto para provas Internacionais.
RESUMO DOS PASSOS DA
HISTÓRIA
1890 – Passageiros de navios ingleses tentam adaptar o
tênis a bordo. Marinheiros tentam jogar algo similar ao
tênis nos porões dos navios com a diferença
do uso das paredes nas rebatidas da bola.
1924 – Em terra firme o Pádel passa a ser praticado
nos parques municipais de Nova Iorque a partir da improvisação
de algumas quadras. O norte americano Frank Beal foi o responsável
por esse feito.
1969 – A primeira quadra é construída num
hotel em Acapulco no México por Enrique Corcuera que também
definiu as dimensões de quadra e o regulamento mundialmente
regido. Na Europa o Pádel se difundiu graças ao
entusiasmo do príncipe Afonso de Hohenlohen. A FIP (Federación
Internacional de Pádel) é a entidade oficial com
mais de 15 países associados entre eles o Brasil, Argentina,
México e Espanha.
Anos 80 – Chega à Argentina atingindo rápida
popularidade chegando a ser o segundo esporte mais praticado
depois do futebol. Logo depois com o surgimento de novos ídolos
argentinos no mundo do tênis houve uma ligeira queda,
mesmo assim permanecendo entre os mais populares.
1988 – Trazido pelos uruguaios e argentinos o esporte chega
ao Brasil invadindo a região sul.
1992 – Fundada a Federação Gaúcha
de Pádel, a primeira do país na Sociedade Aliança
em Novo Hamburgo. Daí para o esporte ser difundido por
outros estados brasileiros foi muito rápido onde Santa
Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e
Pernambuco se tornaram os mais adeptos.
AS VALÊNCIAS FÍSICAS
Pela característica de lançamentos exigindo ora
força, ora efeito inteligente nos saques com ou sem efeito
usando as rebatidas na parede o Pádel desenvolve a capacidade
aeróbia, anaeróbia, a resistência da força
rápida, explosiva e máxima, o raciocínio
rápido a coordenação motora e a espacial,
a agilidade e a flexibilidade. Alguns jogadores são oriundos
do tênis e quando por qualquer razão começam
a ter certa dificuldade por ser o tênis mais exigente encontram
no Pádel o esporte ideal para jogar pelo resto da vida.
Um potente saque, por exemplo, que no tênis poderia ser
fatal para o adversário se a bola bater na parede perderá a
força permitindo a continuidade da disputa do ponto. Se
ela vier em diagonal, mais chance terá o adversário
porque a bola baterá na parede do fundo e na da lateral
permitindo reação. Daí ser um esporte dinâmico
e com muita ação onde a bola fica mais tempo
em jogo permitindo que competidores de potencial diferente
se igualem
ponto a ponto.
AVALIAÇÃO
DAS VALÊNCIAS FÍSICAS
Agilidade – O
competidor deve ser capaz de executar movimentos rápidos,
com mudança de direção própria
de saques e rebatidas simples e complexas com auxílio
das paredes.
Flexibilidade – Leva
vantagem o competidor que tem maior amplitude angular nos movimentos
principalmente na busca de bolas difíceis. O alongamento
que é o exercício específico para desenvolver
a flexibilidade deve estar incluído na planilha de treinamento
o ano todo.
Resistência Aeróbia – Um
jogo mais disputado entre competidores de igual índice
técnico, teoricamente leva vantagem quem tiver maior
VO². Ou seja, vai cansar primeiro quem tiver menos resistência
aeróbia.
Potência Muscular – As
contrações musculares no menor espaço
de tempo são decisivas tanto no saque quanto nas rebatidas
difíceis.
Resistência Muscular
Localizada – Como
toda modalidade esportiva existe uma predominância de
determinados movimentos repetitivos nos mesmos grupos musculares
que se traduz na manifestação da força
que esses grupos musculares podem suportar por longo período
de tempo.
Resistência Anaeróbia – Quanto
mais disputado o jogo maior deverá ser a capacidade do
competidor suportar esforço máximo.
Resistência de
Força Rápida – É a
capacidade de realizar um grande número de contrações
sem perder a amplitude do movimento, freqüência e
força de execução com alta velocidade. Por
ser um jogo que a bola fica mais tempo em disputa essa valência
física pode ser decisiva também.
Velocidade – É capacidade
de percorrer uma determinada distância o mais rápido
possível, valência física importante na hora
de rebater uma bola considerada perdida por conta de jogadas
inteligentes como, por exemplo, o “lob”.
AS REGRAS
As regras e a contagem dos pontos são muito similares
ao tênis. Para regulamento completo acesse: http://www.pdnews.com.br/regras-oficiais.html
A PREPARAÇÃO FÍSICA
Tanto os profissionais como os jogadores amadores devem se
preocupar com a preparação física do Pádel.
Os profissionais porque dele dependem e por isso pagam o preço
da pressão e cobrança por resultado. Os amadores
para terem mais prazer e poderem praticar o esporte com mais
tranqüilidade com menos dores musculares e riscos de lesões.
Nos dois casos o preparador físico e o técnico
deverão atuar em sintonia para que o trabalho de um ajude
o do outro. Tudo deve começar pela avaliação
técnica e física dos pontos fortes e fracos para
montar um plano de treinamento eficiente e uma evolução
gradativa se possível periodizada.

CONCLUSÃO
Como vimos o competidor de
Pádel mesmo amador, usa praticamente
todos os grupos musculares do corpo combinando movimentos simples,
complexos e com muita variação de direção.
Isso exige preparação física geral consistente
que encontra bom respaldo na musculação onde o
preparador físico deverá saber conjugar os métodos
com a intensidade adequados a cada um. Um dos métodos
de boa aceitação é o circuito que pode ser
montado de acordo com as valências físicas e os
grupos musculares que o competidor mais precise desenvolver.
SUGESTÃO DE LITERATURA:
NOGUEIRA Madeira, Alongamento
para todos os esportes – Editora
Sprint – 3ª edição R.J. 1995.
FLECK, Steven J. & William J. Kraemer - Fundamentos do Treinamento
de Força Muscular - Editora Artmed – 3ª Edição – 2006.
MAXIMO, de Castellote – Padel, un Gran Deporte – Madrid
2005.
PEREIRA, Flávio Rev. paul. Educ. Fís., São
Paulo, 14(1):32-54, jan./jun. 2000. Disponível na Internet:
http://www.usp.br/eef/rpef/v14n1/v14n1p32.pdf Acesso em: 05/05/2009.
PINTO Ronis – A Origem do Pádel – Disponível
na Internet em: http://www.padel.info/index.php?url_channel_id=15&url_publish_channel_id=1922&url_subchannel_id=&well_id=2 Acesso em 05/05/2009.