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Seg, 10/8/09 21:57

TRIATHLON É A PROVA DO HOMEM DE FERRO
E MOSTRA QUE TRÊS NEM SEMPRE É DEMAIS

Por: Luiz Carlos de Moraes CREF1 RJ 003529-P/R
E-mail: lcmoraes@compuland.com.br
Portal: www.noticiasdocorpo.com.br
Data de Publicação: 10/08/2009


    Geralmente quem pratica esporte por prazer, de certa forma acha que sua modalidade é a melhor e mais desgastante, principalmente as de longa duração. Por conta disso no Havaí surgiu uma das provas mais duras do planeta. O Iron Man que significa homem de ferro. Afinal, nadar 3800 metros, pedalar 180 km e de sobremesa ainda correr uma maratona com seus 42,195 km é mesmo para homens e mulheres de ferro.
    Um certo capitão John Collins (ex-fuzileiro da marinha americana), para acabar com o ufanismo de nadadores, ciclistas e corredores resolveu juntar o percurso das três provas havaianas mais famosas numa só: os 3800 metros da Waikiki Rough Water - travessia a nado da enseada do Havaí, os 180 km da Aroud Oahu Bike Race - prova de ciclismo em torno da ilha de Oahu e os 42,195 km da Maratona de Honolulu.
    Em fevereiro de 1978 quinze marinheiros americanos disputaram o primeiro Iron Man que se tem notícias e, acreditem! Apenas três desistiram.
    No Brasil, com tantas cidades litorâneas, o esporte caiu como uma luva especialmente para os cariocas que em 1983 organizaram sua primeira prova. Daí para frente foi só crescendo e em praticamente todas as grandes cidades contam com associações, clubes e Federações de Triathlon.
    O crescimento foi também mundial e hoje se pratica essa prova em mais de 120 países com popularidade suficiente para ter se tornado Olímpica em distâncias reduzidas.


    Os percursos originais são muito seletivos e por isso o esporte sofreu reformas para atrair mais adeptos surgindo o “
short triathlon“ (750 metros de natação, 20 km de ciclismo e 5km de corrida). “O “Triathlon Olímpico” (1500 metros de natação, 40 km de ciclismo e 10 km de corrida) e o ‘Meio Iron Man” com 1900 metros de natação, 90 km de ciclismo e 21 km de corrida. Entre essas modalidades a Olímpica é a preferida e mais praticada.
    Outras combinações também surgiram para atender necessidades específicas de cidades do interior e/ou academias tais com o
Biathlon e o Decathlon. O primeiro reúne a natação e a corrida. No Decathlon o atleta corre, pedala depois corre de novo.
    A largada no mar costuma ser confusa com os competidores acotovelando-se na procura de uma melhor posição em relação ao vento e à correnteza. Depois da corrida na areia é preciso um pouco de sorte e atenção para entrar bem na água sem ser atrapalhado pela onda. Quem consegue uma boa largada na água nada mais tranqüilo enquanto a maioria troca pernada e braçada no miolo da prova. Se o mar estiver meio “zangado”, na saída exige-se atenção também. É bom dar uma olhadinha para trás e ver se não vai ser engolido por uma onda. Nesse caso basta mergulhar antes dela e sair correndo para a areia antes da próxima onda.
    Claro, quem pretende um dia pelo menos completar o Iron Man tem que treinar muito as três modalidades, além da musculação e alongamento cumprindo um planejamento longo, gradual e progressivo que inclui primeiramente a participação em provas menores. A planilha é pesada e não poderia ser de outra forma com dois treinos diários de duas das três modalidades e as três no final de semana com simulações de uma prova real.
    O bom triatleta se preocupa em treinar também as transições onde muita gente boa já perdeu provas. A rapidez da troca de material, seu uso adequado e principalmente a assimilação fisiológica do corpo ao sair da posição horizontal para vertical precisa ser treinada e pode fazer a diferença entre o campeão e o vice. A transição do ciclismo para a corrida costuma ser a mais complexa e dolorosa. Se o atleta forçar muito nos quilômetros finais da segunda etapa pode começar a corrida meio “travado”. A corrida costuma ser a etapa decisiva onde a vitória, a derrota ou até a desistência dos menos preparados costuma acontecer. Nem sempre quem sai da água em primeiro lugar vence a prova. Os bons atletas hoje são os que conseguem manter regularidade nas três etapas e fazer boa transição.
   
Os equipamentos também devem ser de boa qualidade pois não justifica treinar tanto e correr o risco de perder uma prova por causa de escolha errada do material. Para a natação a sunga ou maiô deve ser nem muito ajustada nem folgada. Os óculos e a touca também para não se soltarem ou sair do lugar principalmente na largada. A roupa de frio todo atleta também deve possuir e só é permitida se a organização da prova sugerir por critérios de segurança se a água no dia estiver muito fria. É uma situação que o atleta também deve estar treinado para encarar. A natação exige um profissional específico para corrigir os defeitos, melhorar a braçada e o deslize. Esses detalhes são possíveis de ser aperfeiçoados nadando em piscina com o treinador orientando e até filmando. A maior parte do treinamento é feito assim, mas pelo menos uma vez por semana o atleta deve nadar no mar.
    No ciclismo
a bicicleta usada é a mesma das provas de estrada e os preços variam de cinco mil a trinta mil reais ou mais. É o equipamento mais importante e a diferença está na escolha correta com tamanho do quadro adequado às dimensões do tronco e pernas do atleta. Acessórios de boa qualidade evitam não ficar a pé ou contundido pelo caminho. Perder uma prova para o adversário faz parte da competição, mas perder para o equipamento chega a ser uma burrice.
    O conforto e o rendimento aumentam na proporção que o ciclista passa a ter intimidade com a bicicleta e a dominar as resistências oferecidas: a de rolamento (atrito da roda no solo), a mecânica (proveniente das engrenagens da bicicleta), a do ar e a da gravidade. Em dias de mau tempo uma boa opção na academia é fazer aula de spinning ou em casa utilizar os chamados rolos que são equipamentos onde a própria bicicleta pode ser a ele acoplada para simular o treino do dia.
    A corrida, das três modalidades é a única que o atleta carrega o peso todo do corpo. Se nas outras etapas o sujeito “foi fundo” sem estar preparado, aqui ele vai se arrastar. As pernas ficam “pesadas” e não obedecem de jeito nenhum. O tênis é o equipamento mais importante para absorver os impactos e existem modelos que dispensam amarras tudo objetivando não perder tempo. O resto é treinamento com cargas coerentes com as outras modalidades. A exemplo do ciclismo uma boa opção é correr numa boa esteira com velocidades de até 16 km/h e inclinação automática até 10%. A principal diferença é o impacto que costuma ser reduzido na esteira em até 8% do peso corporal. Na rua o esforço pode ser diminuído à medida que o indivíduo passa a dominar a biomecânica do movimento e as resistências naturais: a do atrito com o solo, a pisada transferindo a força das pernas para o vôo mantendo a aceleração, a pisada da aterrizagem e a do ar incluindo aí o vento que nunca sopra o tempo todo na mesma direção. Isso sem contar com o tempo, temperatura e umidade relativa do ar. Mesmo assim, estima-se que o impacto no asfalto seja em torno de duas a duas vezes e meia o peso corporal. Como na esteira é o chão que se movimenta o corredor é obrigado a se manter em movimento constante e uniforme. Na rua, a perda do ritmo é mais fácil por diversos motivos entre eles o cansaço, dores e mudança constante de tipo de piso e obstáculos.
    A principal vantagem da esteira é a possibilidade do controle total do treinamento no que se refere à freqüência cardíaca, ritmo, passada e mecânica do movimento principalmente se, em frente à esteira houver um espelho. Muita gente acha que a distância percorrida na esteira não seja a mesma da rua. Se a esteira estiver aferida a distância é exatamente a mesma e a maioria delas está expressa em milhas por hora. Para transformar em km por hora basta multiplicar por 1690. Tem-se a impressão de não ser a mesma distância porque na esteira é mais confortável e cansa menos.
Como em qualquer esporte, mais ainda no triathlon, não dá pra treinar sem orientação profissional. As orientações técnicas de cada modalidade e o acompanhamento nutricional são indispensáveis.
Existem também a opção de sites e boas revistas que sugerem planilhas de treinamento e muitas dicas de pessoas experientes, mas a presença de um profissional habilitado lado a lado com o atleta é a garantia de sucesso mesmo que se vejam uma vez por semana.
    O Triathlon, como não poderia deixar de ser proporciona todos os benefícios de outros esportes, tanto a nível físico como psicológico. Em minha opinião particular os corpos mais bonitos tanto do homem como da mulher são do triatleta. Ao contrário do que se imagina esse esporte não deixa a mulher musculosa haja vista o corpo da mais famosa brasileira Fernanda Keller. A presença delas é cada vez mais marcante e bem vinda. Ufanismos à parte. Um é pouco, dois é bom, três nem sempre é demais. Só quem pratica é que sabe como é bom.

 

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