Home |CDOF Responde | Cadastro de Usuários | Cadastro de Consultores|


 

Seg, 26/1/09 17:17

VOLEIBOL

COMUNICAÇÃO NO VOLEIBOL
Prof. Aluísio Menin Mendes*

   Segundo o dicionário Aurélio (1993) comunicar é tornar comum, ligar, unir; estabelecer comunicação, entendimento, convívio; transmitir, propagar. Comunicar não é nada mais nada menos do que o que fazemos a todo momento que queremos nos expressar e o que precisamos para viver.
   Nos treinamentos e jogos de Voleibol não é diferente, a comunicação é uma necessidade. Para que o técnico possa passar instruções ou informações aos seus atletas necessita comunicar-se. Da mesma forma quando os atletas têm dúvidas ou desejam manifestar suas opiniões vão precisar desta linha de ligação. Podendo ser feita através de gestos, palavras ou até expressões faciais, a comunicação entre técnico e atletas, ou entre atletas é algo imprescindível. E, assim como os fundamentos do jogo, pode ser aprendida e melhorada.
   Quantas vezes o técnico vê seu atleta retornar ao exercício ou ao jogo, após ter recebido instruções e não ficou pensando que “falou grego”? Será que esta comunicação está ocorrendo de forma adequada? É evidente que existe um problema. Ao comunicar, o técnico deve levar em consideração o nível do atleta que possui, e se for aprendiz exigirá então uma atenção especial. Não fazer-lhe fortes pressões que é segundo COSTA (2001), uma forma para não inibir o aprendizado é um dos fatores a considerar.
   Outro cuidado que o técnico deve ter em mente ao comunicar é que a capacidade dos atletas difere muito. Detalhes que são óbvios demais para ele, provavelmente passarão despercebidos para o iniciante. Então, ao transmitir informações o técnico deve considerar esta diferença de idade e conseqüentemente de experiências para poder adequar sua linguagem ao atleta. Mesmo com atletas experientes falar de forma simples e objetiva, com um número pequeno de informações seria o ideal. Se fizer isto de maneira relativamente freqüente, enfatizando os aspectos positivos, motivará o aluno e reforçará a aprendizagem (MAGILL, 2000). Ser “sincero e compreensível” (ASEP, 1999, p.23) conquistará a confiança do atleta no técnico.
   Não se pode esquecer que cada técnico tem sua própria personalidade, sua própria percepção e uma forma diferente de avaliar as situações, porém deve, ao comunicar, ter em mente que quer o melhor para seu atleta. Fazendo com que o aprendiz compreenda esta intenção sua, ele também fará o possível para compreender o que lhe é transmitido. Terá que ter consciência que também tem liberdade e o poder de expressar-se. Afinal a comunicação é um meio de entendimento entre 2 ou mais pessoas e as informações devem ir e vir. Entretanto, é fundamental que ao receber as informações, tanto técnico, como atletas, estejam atentos e realmente interessados (ASEP, 1999).
   Outro problema que retratamos agora é a comunicação entre os próprios atletas. Principalmente na iniciação do Voleibol são muito comuns os erros ocasionados pela falta de comunicação entre os companheiros de equipe. É evidente que num espaço relativamente pequeno onde 6 pessoas são responsáveis por não deixarem a bola cair seja até natural que ocorram erros desta natureza. Uma sugestão clara para solucionar este problema é que sejam ditas palavras em voz alta. Não vemos a necessidade de gritar, pois tornaria esta bem intencionada atitude, algo grosseiro e inibidor, principalmente aos iniciantes. Palavras-chave como: “meu”, “tua”, “deixa”, “vai”, e qualquer outra que deixe claro ao companheiro próximo quais são suas intenções, evitariam a indecisão ou até o choque entre atletas.
   Normalmente se vêm jovens aprendizes utilizarem a visão para reagir em todas as ações do jogo de Voleibol e não abrem mão disto por nada. Tudo bem, até chegar o momento de olhar para o colega ao lado para “ver” suas intenções e novamente olhar a bola. Não haverá tempo suficiente para nenhum dos dois reagir, porque a bola não espera a decisão. Para jovens iniciantes fica a sugestão de tão logo antecipem a trajetória da bola digam qual sua intenção: se irá tocar a bola ou deixará para o parceiro de jogo.
   Entretanto a comunicação no Voleibol não é útil somente nos casos de indecisão. Com jovens que já passaram esta fase inicial ou mesmo adultos que já jogam a bastante tempo, vemos a possibilidade das informações serem muito úteis, podendo contribuir na eficácia do gesto desportivo e isto traduz-se em pontos para a equipe.
   A comunicação entre os atletas e seu técnico pode, por exemplo, entrosar a defesa da equipe. Orientar o colega para ficar ao seu lado, lembrá-lo da última ação do atacante adversário, são informações extremamente úteis porque podem favorecer a antecipação das ações.
   Finalizando, acreditamos que para que ocorra esta comunicação fluente e construtiva é fundamental que os atletas se relacionarem bem. Sejam realmente companheiros e conheçam seus pontos fortes e fracos. Treinar a comunicação para que torne-se natural e que até mesmo os mais introvertidos “soltem a voz”, inicialmente vibrando quando a equipe faz pontos e posteriormente dando instruções, alertando ou mesmo informando sobre suas reais intenções. Treine a comunicação, ela será um fator importante a seu favor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
01.American Sport Education Program - Ensinando Voleibol para Jovens São Paulo: Manole, 1999.
02.COSTA, Adilson Donizete da. Voleibol – Fundamentos e aprimoramento Técnico -Rio de Janeiro: Sprint, 2001. 03.MAGILL, Richard A. Aprendizagem Motora – Conceitos e Aplicações - São Paulo: Edgard Blücher, 2000. 04.Minidicionário Aurélio de Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.


* Professor de Educação Física das Faculdades Integradas Católicas de Palmas - FACIPAL - Paraná

 


|::::  Cooperativa do Fitness - Todos os direitos reservados - BH - MG - Na internet desde 05/12/1999 ::::|