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PERGUNTAS E RESPOSTAS ANTERIORES AO CDOF RESPONDE
CONSULTORIA GRATUITA CDOF

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382. Contrato de prestação de serviços para escolinha de futebol- 22/04/02
   Tenho uma escolinha de futebol para garotos e gostaria de obter um modelo de Contrato de Prestação de Serviços da escolinha de futebol para meus alunos, poderiam me informar se tem no mercado algum livro que possa ser adquirido, algum modelo padronizado? Haja visto que alguns garotos se destacam e são levados para outros clubes e por não terem nem um vínculo não posso pleitear as despesas que tive com eles. Bene

Oi Benedito, recebemos duas contribuições, do Consultor Prof. Marcelo De Oliveira , e Prof. Romu Romualdo, que lhe aconselham o seguinte:
Prof. Marcelo De Oliveira:
Caro Bene,
   Para ter uma garantia de bons resultados contratuais é necessário que a empresa (escolinha de futebol) tenha um departamento jurídico, ou seja, que tenha um advogado competente que esteja regulando a parte jurídica. Cada contrato pode ter um tipo de característica. É claro que também pode ser padronizado, mas, mesmo assim, talvez ocorram situações que você tenha de recorrer ao advogado para estabelecer cláusulas diferenciadas. Infelizmente desconheço no mercado algum livro que satisfaça sua necessidade, porém é importante ressaltar que, independente disto, a empresa precisa de apoio jurídico de um advogado. Este profissional saberá como proteger legalmente o vínculo do seu aluno com a escolinha. Abraço, Marcelo.

Prof. Romu Romualdo,
   Eu li uma matéria na Revista Brasileira de Direito Desportivo que talvez possa ir de encontro ao que o Bene esta procurando. Não se trata de um contrato como foi solicitado mais informação importante para tomada de decisão. Esta revista foi lançada este mês e está no primeiro número. Você não vai encontrar em bancas tem que solicitar pelo site: www.ibdd.com.br
   A fonte é: Santoro, L. F. G. A natureza jurídica das indenizações de formação e de promoção devidos ao clube formadores do atleta. Revista Brasileira de Direito Desportivo, Pg26, OAB/SP, n°1,2002.
Esta semana mais provavelmente no dia 10/05, estaremos reunidos com o pessoal das escolinhas de futebol caso eu tenha mais informação eu repasso para vocês. Um abraço. Romu.

383. Perda de massa muscular nos pacientes portadores de HIV - 26/04/02
O tema da minha monografia é: "A PERDA DE MASSA MUSCULAR NOS PACIENTES PORTADORES DE HIV". Gostaria que vc's pudessem me sugerir qualquer material relativo ao tema: bibliografias , sites, etc... Obrigada. CAMILA

Olá Camila !! Nosso Consultor Ft. Marcos Vidal, contribui sugerindo alguns sites para você. Veja:

Minha sugestão é que entre nos sites abaixo e inicie sua pesquisa utilizando as seguintes combinações para palavras chaves - MUSCULAR E AIDS, TROFISMO MUSCULAR E AIDS, ATROFIA E HIV, HIPOTROFIA E HIV . . .

* U.S. National Library - www.nlm.nih.gov - inicie pela opção " Health Information ".
* Instituto da Criança - www.icr.hcnet.usp.br - inicie pela opção biblioteca e a seguir clique em " Medline ".
* BIREME - www.bireme.br - clique em Medline ou Lilacs.
Caso seja insuficiente para a sua monografia contate novamente que nos mobilizaremos por você. Marcos Vidal.

Leia Mais: Atividade Fisica x Câncer

384. Acromioplastia na Síndrome do Impacto - 26/04/02
Onde encontrar material sobre ou o que é acromioplastia na Síndrome do Impacto . Débora - Fisioterapeuta

Oi Débora, contamos mais uma vez com a ajuda dos amigos Ft. Marcos Vidal, e Prof. Luiz Moraes, para lhe trazer esclarecimentos:

Ft. Marcos Vidal,
   A acromioplastia é a reconstrução cirúrgica das condições estruturais e/ou funcionais do osso acrômio. Ocorre nos casos de fratura do acrômio ou fratura luxação acrômioclavicular decorrente de trauma violento, podendo comprometer músculos e tendões nele inseridos, como o deltóide anterior e parte do músculo trapézio.
   Na Síndrome do Impacto a fratura do acrômio ocorre por avulsão do fragmento, ou seja, um movimento muito brusco e/ou trauma associado a potente contração muscular causará a fratura e posterior " arrancamento " do fragmento pela força contrátil do m. deltóide anterior e/ou m. trapézio. A fratura do acrômio na Síndrome do Impacto não consta como um quadro frequente.
Estando sempre disponível em dividir com você. Marcos Vidal

Referências bibliográficas:
Distúrbios e Lesões do Sistema Musculoesquelético - Robert B. Salter, p 474 - 75, Ed. MEDSI -
site: www.bireme.br

Prof. Luiz Moraes,
   Uma das articulações mais visadas e foco de boa parte das discussões é a do ombro, (glenoumeral) oferecendo uma vasta variedade de movimentos por ser do tipo Esferóide - Cabeça esférica e encaixe em cavidade arredondada porém rasa, permitindo grandes e amplos movimentos. Apesar de Esferóide não é como a do quadril onde o fêmur se encaixa perfeitamente numa cavidade profunda oferecendo melhor estabilidade. A glenoumeral, é estabilizada pelos ligamentos relativamente frouxos e principalmente pelos músculos do manguito rotator (o Supraespinhoso, o Infraespinhoso, o Subescapular e o Redondo Menor.). Devem trabalhar sempre em harmonia como deltóide peitoral costas e em sincronismo com a cintura escapular.
    Os problemas de dores nessa articulação, muitas vezes tem origem no excesso de uso na prática esportiva como vôlei, natação, beisebol (Hall 2000) e ou na falta de sincronismo entre esses grupos musculares na escolha de determinados exercícios físicos na musculação. Entre eles a puxada por trás. A maior parte das lesões e ou luxações de ombro podem ocorrer no sentido anterior estando relacionada ao movimento de abdução, rotação externa e ou extensão. (Hall 2000; Iversen 1985; Mellion 1997), movimentos do nado e o vôlei onde a gente levanta e roda o braço. O espaço entre a cavidade glenóide e a cabeça do úmero é conhecido como espaço subacromial preenchido por partes moles e entre as funções, uma, é de evitar o atrito dessas duas partes ósseas. As lesões nessa região, segundo a literatura atual, podem ter três origens: impacto mecânico (extrínseco), alterações fisiológicas no espaço subacromial (intrínseco) e fraqueza muscular no manguito rotator. Essa fraqueza muscular pode gerar um desequilíbrio de forças vetoriais fazendo com que a cabeça do úmero atrite contra o acrômio gerando as dores e possíveis lesões, principalmente se o deltóide estiver bem desenvolvido.
    É consenso entre os estudiosos que uma das funções do manguito rotator é centralizar exatamente a cabeça do úmero da cavidade glenóide. Entre os adeptos à musculação é normal a preferência de um e outro exercício, destinados, principalmente aos músculos que aparecem, sendo os campeões entre os homens o supino com suas variações e as puxadas, respectivamente destinados ao desenvolvimento do peitoral e do grande dorsal, fato que pode levar inadvertidamente ao desequilíbrio muscular citado.
    Os diversos métodos de treinamentos: agonista / antagonista, parcelado, completo por articulação, alternado por segmento e etc. não foram criados por acaso, da mesma forma as séries e repetições com objetivos bem distintos. Sendo assim, quando, pensamos em peitoral bem desenvolvido precisamos lembrar dos músculos lá de trás, os da cintura escapular e os do manguito rotator direcionando o movimento. Se pensamos em um bom bíceps temos o tríceps fazendo o papel de antagonista. Portanto, não adianta gostar só de supino. Para desenvolver uma musculatura harmoniosa mesmo não gostando, a prescrição do exercício inclui remada sentada aberta e ou fechada, crucifixo invertido e plano, voador entre outros.
   A maioria dos estudos até agora, inclusive feitos em cadáveres mostraram que a causa principalmente da síndrome do impacto intrínseca está na
fraqueza do manguito rotator. As extrínsecas, podem ter origem nos esportes de contato físico. Aí, caso a caso, depende da opinião médica e
pode ser imprevisível.
   No site www.noticiasdocorpo.com.br a matéria que entra no ar essa semana estarei falando sobre o assunto, especificamente da síndrome do impacto relacionada ao exercício "puxada por trás". Um grande abraço e espero estar acrescentando.
Luiz C. Moraes CREF1 RJ 3529

Sugestão de sites:
www.bireme.br
Sports Physical Therapy - artigos
Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
Jornal de Medicina de Reabilitação
Fisiobrasil - artigos e teses
Fisioterapia.com.br (publicações)
www.unisa.edu.au/search/searchunisa.htm
Boa Saúde

Marcos Vidal


385. Contra-indicação do Voador - 26/04/02
Sou Fisioterapeuta e trabalho numa academia, normalmente, dependendo da gravidade de uma escoliose, diagnosticada em uma avaliação postural, temos contra-indicado o uso do aparelho voador. Gostaria de saber a opinião de um especialista na área para confirmar ou não as minhas ações! Daniela Dreher

Cara usuária Daniela, enviamos sua pergunta para alguns consultores e recebemos um retorno do Ft. Marcos Vidal. E para facilitar a visualização de nossos usuários, fizemos uma descrição da movimentação. Corrija-nos se estivermos equivocados.

Descrição do Exercício enviada ao Dr. Luzimar pelo CDOF:
   É um banco com encosto em que o praticante se assenta, primeiramente, de costas para o aparelho com as pernas abertas com os pés apoiados no chão, os braços com os cotovelos na altura dos ombros e mãos para cima segurando duas pás executando uma adução horizontal de ombros forçando o aparelho para frente (trabalho de musculatura peitoral e ombros). Não há movimentação de rotação de tronco, pois,movem-se apenas as articulações dos ombros e ainda com as costas apoiadas no encosto do banco.
   Outro exercício executado é neste mesmo aparelho voador, mas de frente para o encosto do aparelho e com o queixo apoiado ou não, dependendo do tamanho do praticante. Segura-se em uma barra com cada mão, cotovelos para fora, na altura dos ombros, trazendo-os para trás executando uma abdução horizontal de ombros (trabalho da musculatura das costas e ombros), sem rotação de troncos, pois o abdome é apoiado o tempo todo neste encosto do banco. As pernas também apoiam-se à frente, ligeiramente, abertas e confortáveis.

Ft. Marcos Vidal,
É bom poder dividir com um colega de profissão.
As escolioses mais frequentes nos usuários de academias são classificadas, segundo Salter, não estruturais causadas por vícios posturais, dores e espasmos e/ou encurtamento de membros inferiores, sem componente rotacional das vértebras que compõem a curva escoliótica. A coluna vertebral sem deformidades desenvolve, naturalmente, uma rotação vertebral com projeção anterior da apófise transversa do lado da concavidade como consequência de uma inclinação lateral. Em portadores de escoliose, a predisposição a desenvolver a rotação vertebral é ainda maior com forte tendência a tornar - se permanente.
Tudo isso para colocar que compartilho de sua conduta, pois o fortalecimento dos músculos peitorais como é feito no peck - deck (Voador) poderia aumentar o desequilíbrio posterior podendo levar a uma rotação interna de ombros e escápulas abduzidas, dificultando a redução da escoliose torácica ou cervical.
Talvez o mais indicando seria incluir uma série de exercícios unilaterais de alongamento do lado côncavo e fortalecimento do lado convexo seguido por fortalecimento de tronco e membros superiores a ser realizado no solo, barra e/ou água constituindo uma ficha personalizada demonstrando uma conduta profissional e consciente. Consciência profissional que você já apresentou ao procurar solucionar sua dúvida, aqui no site ou em qualquer outra fonte de informações. Um abraço . Marcos Vidal

Fisiologia Articular - I. A. Kapandji, vol. 3, p 42 - 3, Ed. Manole

Prof. Luiz Moraes,
   O exercício do voador é tradicionalmente destinado ao desenvolvimento do peitoral e a porção anterior do deltóide e deve seguir alguns
procedimentos respeitando a biomecânica a saber:
*O ajuste do banco no aparelho deve ser feito deforma a posicionar a articulação dos cotovelos um pouco abaixo da linha dos ombros e não formando um ângulo de 90º. Esse angulação pode estressar os ligamentos e articulações escápulo-umeral.
* Os braços devem se posicionar alinhados com a posição natural da escápula, um ângulo de 30º formado com o plano frontal (Kapandji 2000).
* Durante a execução, fase concêntrica, o aluno deve manter todo o antebraço apoiado em contato com a almofada. Há uma tendência de afastar o cotovelo e ou flexionar o punho na passagem da vantagem para desvantagem mecânica quando o exercício se torna mais pesado.
* Na fase excêntrica, negativa, a velocidade deve ser controlada amortecendo o movimento sem deixar as placas "baterem", ato que pode
provocar "trancos" nas articulações e possíveis dores articulares.
* As curvaturas da coluna devem ser mantidas nas posições naturais e o ato de basculação anterior do quadril "encaixar o quadril", só deve ser recomendado à pessoas com hiperextensão lombar, assim mesmo, de modo a corrigir apenas o excesso de curvatura. Ou seja, sentado direito!

   Este exercício, como na maioria dos com aparelho, trás a vantagem de concentrar o trabalho nos músculos visados com menor participação dos músculos estabilizadores, como por exemplo os extensores do cotovelo.
   Vale lembrar que a cintura escapular tem movimentos que facilitam a execução de vários exercícios mas, essa articulação tem ângulos anatômicos a serem respeitados. A escápula, por exemplo, não fica, no plano frontal e sim oblíquo, formando com o plano frontal um ângulo de 30º e com a clavícula 60º. Esse fato é importante, por exemplo, na execução do exercício voador. A posição inicial, a princípio, deve partir dessa angulação, sobretudo para os iniciantes porque é uma posição de conforto. Partindo do plano frontal os músculos peitoral e as porções I e II do deltóide, partirão da posição em pré-estiramento com as escápulas abduzidas e aproximadas. Nesse caso o ângulo entre a escápula e a clavícula tende a aumentar em aproximadamente 70º. MOVIMENTO DE DESLOCAMENTO LATERAL, segundo Kapandji 2000.
   Se por um lado o iniciante deve respeitar esses ângulos anatômicos na execução dos exercícios, o intermediário e o avançado, se não treinar
angulações máximas, a flexibilidade diminui. Portanto, nos exercícios voador, no supino e no crucifixo, a abdução máxima horizontal, dependendo
do indivíduo, deve ser treinada pelo menos de vez em quando. O fastamento máximo entre as posições extremas das escápulas no plano posterior é de 15 cm. MOVIMENTO DE TRANSLAÇÃO LATERAL.
   Na execução do tradicional exercício de encolher os ombros, destinado ao trapézio, a escápula faz o movimento de TRANSLAÇÃO VERTICAL com um deslocamento de 10 a 12 cm. Outro movimento descrito por Kapandji é o de SINO OU BASCULAÇÃO. Na abdução dos braços de 0 a 180º, o lado inferior as escápula (ângulo inferior) desloca-se para fora com um eixo de rotação percorrendo um
ângulo total de 60º.
   Nunca é demais lembrar, também, que a prescrição dos exercícios passa pela observação dos exercícios agônicos e antagônicos. Ao se programar o voador não devemos esquecer do crucifixo invertido. As musculaturas devem estar em equilíbrio na correção da postura.
Espero estar contribuindo. Um grande abraço. Luiz C. Moraes CREF1 RJ 3529

386. Como pode ser trabalhada e utilizada a corrente farádica na espasticidade? - 26/04/02
Olá! Gostaria de saber como pode ser trabalhada e utilizada a corrente farádica na espasticidade? Desde já agradeço. Cheila
Oi Cheila, contamos com os esclarecimentos de nosso novo Consultor o Ft. Marcos Vidal, que gentilmente lhe enviou o seguinte:
Olá Cheila !!
   È muito bom ter você aqui no site e espero poder te ajudar.
   Antes de eleger a corrente mais adequada se faz necessário responder algumas perguntas, tais como:
* O músculo é sadio( A.V.C., T.C.E., . . . ) ou lesado (Miastenia Gravis, Distrofias Musculares, . . . ) ?
* Qual o tamanho do músculo a ser estimulado ?
* O padrão flexor ou extensor se dá por retração musculotendínea, fraqueza dos antagonistas ou espasticidade pura ?

   A eletroestimulação com correntes russas (2500 Hz) ou correntes heteródinas (4000 Hz) e ondas exponenciais são as mais indicadas para romper e controlar a espasticidade.
   Após ter se certificado das respostas para as questões acima e não havendo outra possibilidade, a corrente farádica pode ser usada, principalmente, se for do tipo farádica modificada. Tendo sempre em mente que a faradização só está indicada para músculos sadios, ou fase espástica, visando, principalmente, estimular os antagonistas.
   A utilização da faradização, nesses casos, demanda muita sensibilidade, conhecimento técnico e científico por parte do profissional pois, entre efeitos indesejáveis, predispõe o músculo à fadiga e o músculo espástico é um músculo fraco e tetanizável por excelência. Salientando que a espasticidade pode ser muito útil na realização da marcha ou de outros movimentos, desde que controlada. Razão pela qual, nem sempre é necessário eliminá-la por completo. Um abraço . Marcos Vidal

Referências
* Diagnóstico e Tratamento de Lesão da Medula Espinal - Júlia Maria D'Andréa Greve / Maria Eugênia Pebe Casales - Ed. Roca
* Eletroterapia de Clayton - Kitchen - Ed. Manole


387. A Ginástica Olímpica atrapalha o crescimento? 29/04/02
Estou fazendo uma monografia para pós-graduação em fisiologia do exercicio e o tema é: Ginastica Olímpica atrapalha o crescimento? Muito obrigado. Priscila Silverio dos Reis - Profa. E.F.

Oi Priscila, enviamos sua pergunta para alguns Consultores e recebemos o retorno de dois colegas:
Dr. Renato Romani, diz o seguinte:
   A Ginástica Olímpica não atrapalha o crescimento, assim como o basquete não faz crescer; acontece que o treinamento excessivo na ginástica Olímpica pode causar maiores problemas e desta forma comprometer o crescimento. Em São Paulo, no clube da Hebraica, estamos desenvolvendo um protocolo de pesquisa para elucidar melhor esse fato, para maiores informações entre em contato comigo pelo meu E-mail renatoromani@hotmail.com.
Atenciosamente. Dr Renato Romani

Ft. Marcos Vidal,
Olá Priscila!!
    Na verdade vou incitar o questionamento iniciando com a padronização, com fins didáticos, do grupo a ser estudado: grupo misto na fase pré- pubertária, com mesmos aspectos sócio-econômicos, culturais, estruturais e genéticos, intelectuais, nutricionais e psicoemocionais. Obedecendo a mesma rotina no horário das refeiçôes, de repouso, atividades intelectuais e lazer com o mesmo número de horas, sem utilização de suplementação farmacológica (esteróides, estimulantes, hormônios, . . .).
    Nâo é preciso continuar para perceber que na utopia do nosso fantasioso grupo a ser estudado já reside parte da resposta na forma de uma pergunta: " As alterações de crescimento em qualquer modalidade desportiva decorrem da atividade física em si ou da intensidade/tipo de treinamento associado a baixa reposição de todos os elementos que assegurem o equilíbrio orgânico, cognitivo e emocional ?!
    É notório o favorecimento do desenvolvimento da criança submetida a atividades físicas bem dosadas no treinamento, na exigência do atleta e no tempo de reabilitação em caso de lesão. Crianças e pré-púberes submetidos, precocemente, a treinamentos intensos de alta impacção ósteocondral presdipõe-se a desestabilizações osteogênicas e articulares que com o aumento do trofismo muscular na puberdade podem levar a lesões na pré-adolescência /adolescência ou fase adulta.
    Damsgaard, Bencke e cols(3) analisaram um total de 184 crianças (96 meninas / 88 meninos) que desenvolviam treinamento de competição em quatro modalidades; natação, handebol, tênis e ginástica olímpica. Após seu estudo concluiu que não haviam alterações significativas no crescimento pubertário, levemente confrontado por Caine, Lewis e cols(1) que relata uma atenuação do crescimento pubertário em meninas ginastas olímpicas durante a fase de treinamento seguido por alguns meses após término dos treinamentos de competição.
    Esperando ter estimulado o seu senso crítico e apresentado embasamento para a confecção da sua monografia, fica apenas o meu desejo de sucesso. Marcos Vidal.

Referências:
1. Does gymnastics training inhibit growth of females?
Caine D, Lewis R, O'Connor P, Howe W, Bass S. - E-mail: dencaine@cc.wwu.edu
Department of Physical Education, Health and Recreation, Western Washington University, Bellingham, Washington 98225-9067, USA. Clin J Sport Med 2001 Oct;11(4):260-70
2.Consequences of sport training during puberty Roemmich JN, Richmond RJ, Rogol AD.Department of Pediatrics, State University of New York at Buffalo, 14214-3000, USA. roemmich@buffalo.edu - J Endocrinol Invest 2001 Oct;24(9):708-15 Related Articles, Books, LinkOut
3. Is prepubertal growth adversely affected by sport?
Damsgaard R, Bencke J, Matthiesen G, Petersen JH, Muller J. - Department of Growth and Reproduction GR, Rigshospitalet, Copenhagen, Denmark. rasmus@rh.dk : Med Sci Sports Exerc 2000 Oct;32(10):1698-703

Sites:
* Gatorade Science Sports Institute - www.gssiweb.com
* American College Of Sports Medicine - www.acsm.org

Boa sorte !

388. Treinamento para o Futebol - 30/04/02
Sou acadêmico de Educação Física e jogador de futebol do Americano de Campos-RJ. Tenho 20
anos e faço musculação. Estou voltando aos treinos agora e como fiquei parado 2 meses e continuei malhando, hipertrofiei bem a musculatura e estou com o corpo bem definido. Tenho 1,70 e estou pesando 74kg.
Na musculação, qual exercício devo fazer, para hipertrofia (como eu tava fazendo) ou para definição? Eu no futebol sempre me destaquei pela velocidade e estou com medo de perdê-la fazendo este trabalho de hipertrofia. Gostaria saber de vocês qual o melhor trabalho . Abraços Felipe!!!!

Oi Felipe, trouxemos alguns estudos vindo logo abaixo do retorno do Prof. Walmor e veja o que ele pensa a respeito:
   Oi Felipe ! Eu gostaria de deixar bem claro, que a hipertrofia é importante no treinamento de futebol porque o jogador necessita acelerar o seu peso corporal para poder mover-se mais rápido e solicitar a capacidade aérobia por um longo período. Um trabalho de hipertrofia muscular ideal deve estar concentrado nos músculos responsáveis pelos movimentos de aceleração no futebol. Esse trabalho deve ser realizado durante quatro a seis semanas durante a periodização com sobrecarga média (algo em torno de 40% a 60% da força máxima) com número ideal de repetições que não devem ultrapassar dez (10), então a sobrecarga tem que ser realizada com devido esforço.
Com certeza, um trabalho de hipertrofia muscular terá extrema importância no seu treinamento. Espero ter contribuído de alguma maneira para a sua pergunta.

Pesquisa CDOF: De acordo com o Ekblom, B. - Applied Physiology fo Soccer. Sports Medicine 3 : 50-60, 1986,
   O futebol de campo é caracterizado como um exercício de alta intensidade, intermitente e não contínuo. Os jogadores percorrem aproximadamente 10 km por partida, dos quais 8 a 18% em velocidade máxima individual. Nos níveis mais altos de competição existe um maior número de disputas pela posse de bola e cabeceios, além disto uma maior % da partida é desempenhada em velocidade máxima. A média da energia aeróbica produzida durante uma partida ao nível nacional é de 80% aproximadamente, do máximo individual. A média da concentração de lactato sanguíneo durante a partida é de 7-8 mmol/L. Devido a alta produção de energia, ao final, os jogadores têm suas fontes de glicogênio depletadas, estão desidratados, tendo também um aumento da temperatura corporal.
    Os futebolistas de nível nacionais e internacionais têm uma potência aeróbica máxima de 60-65ml/kg/min, uma alática acima da média e uma maior capacidade de tamponamento e força muscular quando comparados com indivíduos destreinados, pertencentes a um grupo controle, embora pareçam menos flexíveis.
    Por correr de 8-11 km em uma partida o jogador profissional precisa ter uma boa capacidade aeróbica para saltar, andar, trotar, correr em uma velocidade submáxima e até piques de "sprints". Um indivíduo treinado se recupera mais facilmente. O que varia com a posição que ele ocupa. Os meio-campos correm mais que os outros. Os laterais usam a velocidade máxima em direção ao meio do campo e também o "sprint" em direção ao gol. O método mais utilizado de treinamento é o intervalado que caracteriza o desenvolvimento do jogador em campo. Alternando intensidades diferentes de corrida e caminhada, ou seja, caracterizada por um esforço e um descanso.
    Hoje em dia, o parâmetro para medir a capacidade de um jogador é o limiar anaeróbico, ou seja, o ponto em que o organismo passa a priorizar o consumo de glicogênio e não de gordura corporal. Um grau de esforço dentro do cansaço. A medida do Limiar anaeróbico se dá com a medição da produção de lactato. Através deste teste é possivel saber em que ponto o jogador vai ultrapassar seu limiar aneróbico, podendo melhor treiná-lo em termos de intensidade de esforço (priorizando o sistema anaéróbico ).
   Como em um jogo de futebol, o jogador experimenta momentos de piques de maior ou menor intensidade vai precisar trabalhar em ambos, aeróbico e aneróbico. Segundo os especialistas, o que faz um campeão é o limiar anaeróbico e não o VO² máx, pois o objetivo no Futebol de Campo não é aumentar o Vo² máx , mas sim aproximar cada vez mais do limiar anaeróbico do treinando ou treinar acima dele.

Segundo o Prof. Mauro Heleno Chagas da EEFUFMG o trabalho de força do jogador deve estar baseado em três diferentes tipos::

Potência: Quanto mais rápido o jogador atingir a força máxima, num espaço menor de tempo, melhor será seu desempenho.
Resistência de força: Ele precisa de força para suportar a fadiga com cargas elevadas, repetitivas e de alta intensidade, em trabalho estático ou dinâmico.
Força Relativa: Embora a potência predomine a força relativa, quanto maior o peso, maior a força relativa. FR=peso total/massa corporal magra. Quanto maior a força relativa, maior tempo vai conseguir o indivíduo exercendo sua força.
Força máxima dinâmica: desenvolvendo a hipertrofia aumenta-se força e massa muscular, aumentando mais a força máxima que a massa corporal. Por que no futebol a força mais utilizada é a dinâmica.
   Nos goleiros e defensores, observa-se uma maior força nos extensores de joelhos que os atacantes, enquanto os últimos têm uma proporção maior entre flexor/extensor. Os futebolistas de sucesso apresentam valores mais altos na força das extremidades inferiores que a média da classe. E a altura dos saltos está relacionada com a força do extensor de joelho.
    Observada uma necessidade de melhor treinamento da flexibilidade de membros inferiores, para melhorar a amplitude das partidas.
Um abraço !

 

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